Agência UVA Barra Assistiu: Lightyear

Lightyear, nova produção da Pixar com direção de Angus MacLane, retorna a história de um dos personagens mais queridos das animações, Buzz Lightyear. Sob um contexto completamente diferente dos filmes da franquia “Toy Story”, desta vez temos a chance de assistir ao blockbuster favorito do garoto Andy, e conhecer a história do herói que inspirou a produção do brinquedo adorado por tantos. Lightyear é uma aventura espacial que além de oferecer momentos de muita ação e sci-fi, surpreende ao introduzir à animação uma carga emocional bem forte e enriquecedora para a construção da nova persona do protagonista.

Foto: Disney Brasil

Durante um teste de voo falho, Buzz Lightyear, juntamente de toda a tripulação, se vêem presos em um planeta hostil que se encontra a anos-luz de distância da Terra. Carregado pela culpa, o patrulheiro espacial se compromete com a missão de recuperar os danos causados pelo próprio erro e decide fazer o que for possível para levar todos de volta para casa. As consequências das tentativas de Buzz afetam diretamente o espaço-tempo e acabam por dificultar o sucesso da comissão de retorno à Terra, que agora precisa enfrentar outro terrível obstáculo: o vilão Zurg e a legião de robôs assassinos comandada por ele.

Lightyear funciona principalmente pelo excelente trabalho na construção do relacionamento entre os personagens. É claro que assistir naves espaciais cortando o espaço, combates de armas à laser e robôs revoltados são uma tremenda fonte de entretenimento, porém aqui todas essas sequências acabam por ficar em um segundo plano, ofuscadas pela profundidade do roteiro em exibir os desenvolvimentos dos personagens principais e as relações entre eles. Um exemplo disso, é a bela representação da amizade entre Buzz e Alisha Hawthorne, parceira fiel nas aventuras intergalácticas. O companheirismo da dupla, fortemente estabelecido no primeiro ato do longa, mostra ao público traços novos da personalidade do herói, que são essenciais para o entendimento da mensagem final do filme.

Alisha Hawthorne, além de melhor amiga de Buzz Lightyear, contribui com a evolução fantástica da Pixar em conseguir incluir a representatividade LGBTQIAP+ nas animações. O romance lésbico envolvendo a personagem não aparece de forma gratuita, sendo uma ferramenta importante para que todo o restante da história funcione. Um verdadeiro convite ao espectador para uma reflexão sobre o progresso da inclusão dos membros da comunidade queer nas produções animadas.

Sendo uma aventura completamente moldada por inúmeros elementos da ficção-científica, a maneira como Angus Maclane e Pete Docter conduziram o roteiro para facilitar o entendimento do público mais jovem sobre assuntos mais complexos, como o espaço-tempo, foi executada brilhantemente.

O senso de humor do filme é presente, mas ocasionalmente funcional. O destaque facilmente é de Sox, o gatinho robótico companheiro de Buzz durante toda a jornada. O personagem é um dos poucos capazes de manter uma constância nas piadas e de fato divertir qualquer um, enquanto o restante do núcleo de apoio precisa de um trabalho maior para cativar e criar qualquer afeição com o público.

Visto que os personagens são os verdadeiros astros de Lightyear, nada mais justo do que elogiar o incrível trabalho da dublagem brasileira para o longa. Buzz Lightyear recebe a voz do apresentador e ator, Marcos Mion, que demonstra maestria na performance e encaixa perfeitamente com o atual visual do patrulheiro espacial. Destaques também para César Marchetti e Flora Paulista, na voz para o gatinho Sox e Izzy Hawthorne, respectivamente.

Lightyear é uma ótima produção, mas também distante de ser algo extraordinário. Um spin-off com uma mensagem super válida sobre aceitação e evolução a partir de erros cometidos, além da compaixão pela história do próximo. Possivelmente, será muito bem recebido por grande parte dos fãs da franquia que esperavam ansiosamente por conhecer melhor as aventuras espaciais do herói. O filme estreia nos cinemas de todo o Brasil no dia 16 de junho.

Assista ao trailer.


Bruno Barros – 1º período
Editado por Lucas Souza – 7º período

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