Profissionais apresentam frutas, legumes e verduras no ambiente escolar de forma lúdica e divertida para conquistar a curiosidade das crianças e promover o consumo de alimentos saudáveis.
A rotina da alimentação saudável é um desafio na casa de Roberta Bevilaqua, mãe de Mikael Navarro Bevilaqua, de 6 anos. Mas a contadora encara de frente e precisa se desdobrar para ter tempo no preparo das refeições, além de “brigar” com o ambiente externo em que constantemente a criança é apresentada a lanches saborosos, mas sem nutrientes.
Mikael, possui preferência por banana, brócolis e batata e a mãe tenta inserir na rotina alimentar do filho outros alimentos de forma discreta. “Na maioria das vezes eu acabo inserindo, amasso e ele não vê”, declara. Roberta explica que nas refeições passou a estabelecer alguns limites, por exemplo, após o almoço ela oferece uma sobremesa e a opção de suco. Já na hora do jantar não tem sobremesa e a opção de bebida é água.
Para a nutricionista escolar Vanessa Ferreira Born, o diálogo com os responsáveis é essencial para que eles entendam que a criança se comporta como um espelho. “O que o adulto comer ela vai querer experimentar também” declara.
Entender a relevância da adoção de hábitos saudáveis dentro de casa para que venha se complementar com os aprendizados em sala de aula. Espaço em que a comida é apresentada ao público infantil como algo divertido e interessante por intermédio de histórias lúdicas, sucos de fruta e alimentos in natura trazendo ao alcance dos pequenos a preferência por um consumo saudável.
Vanessa acredita que a longo prazo a integração entre escola, família e aluno é uma oportunidade de promover a diferença na rotina alimentar das crianças. A nutricionista fala sobre a seletividade alimentar na infância. Ouça no áudio abaixo:
A nutricionista Victoria Machado explica que a qualidade alimentar é algo que precisa existir desde a gravidez e orienta “Procure desembalar menos e descascar mais” declara. Segundo Victoria, a criança precisa tocar o alimento para que ela o conheça e é importante evitar o consumo de alimentos industrializados e promover atividades onde a criança desenvolva a coordenação e estímulos cognitivos.
É na infância em que o indivíduo vai descobrir novos sabores é importante ter esse cuidado de apresentar ao público infantil alimentos ricos em nutrientes para que construam rotinas alimentares saudáveis.
A aposentada Maria Borges conta que nasceu na roça e por esse motivo teve a oportunidade de consumir legumes e verduras sem a presença de agrotóxicos nocivos à saúde. Aos 13 anos, passou a viver na capital do Rio de Janeiro com a sua tia, que era nutricionista. Lá pode observar que ela não consumia embutidos, refrigerante era apenas em aniversários e ao cozinhar os legumes não descartava a água do cozimento pois essa retinha todos os nutrientes e a utilizava na preparação do arroz.
A boa relação com a comida saudável Maria trouxe como referência para a criação de seus 6 filhos e revela que quando eles eram crianças rotineiramente apresentava legumes e verduras diferentes para que pudessem experimentar e aprender a comer de tudo. Preparava vitaminas de frutas, mas no entanto lamenta ter oferecido apenas de uma única forma “Eu me arrependo de não ter oferecido só frutas”, pontua.
Atualmente, com mais informações sobre os malefícios do uso excessivo do açúcar a aposentada diminui a dosagem e optou pelo açúcar demerara que por ter um processamento mínimo na hora da preparação consegue reter algumas vitaminas e minerais. Ainda hoje, Maria procura incentivar os netos a terem uma boa relação com os alimentos e por essa razão oferece opções nutritivas e variadas quando eles vão visitá- la.
Gabriela Machado 5° período
Foto de capa: Rafaela Pinheiro