Inovação científica beneficia 35 famílias do Morro da Babilônia e do Chapéu da Mangueira
O painel solar é uma tecnologia capaz de captar a energia proveniente do sol. Além de ser um método limpo para o meio ambiente, traz resultados na economia de luz. Com o objetivo de garantir melhoria na vida de moradores de comunidades cariocas, a ONG Revolusolar instalou 60 placas solares no Morro da Babilônia, realiza o projeto no Chapéu da Mangueira e planeja expandir o feito para outros locais.
Segundo Eduardo Avila, diretor executivo da Revolusolar, a ONG surgiu em 2015 no Morro da Babilônia e a ideia era utilizar as placas como uma forma de solucionar o problema de energia na comunidade . “Resolvemos juntar a tecnologia e o potencial de sol nas favelas do Rio para resolver esse problema grave e recorrente de dificuldade de acesso à energia, tanto em relação ao preço quanto à qualidade do serviço”, disse Eduardo.
Uma pesquisa realizada pela ONG em 2018 revelou que 70% das famílias da Babilônia estavam regularizadas e consumiam energia de uma empresa privada de distribuição. De acordo com Eduardo, o levantamento apontou uma minoria de pessoas com acesso à tarifa social e uma grande insatisfação por parte da maioria, com relação ao atendimento.
Eduardo Avila fala sobre a representação da primeira cooperativa de energia solar numa comunidade carioca:
Através da atuação da ONG, Eduardo foi finalista do Prêmio Global “Jovens Campeões da Terra” em 2020. Inclusive, a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu como um dos requisitos: assegurar energia sustentável, moderna e com preço acessível para todos. “O reconhecimento internacional da ONU foi super importante para nossa legitimidade e visibilidade do projeto no Brasil e no mundo”, contou o diretor executivo.
O setor de energia solar aumenta no Brasil
O ramo da energia solar cresce no país, justamente, pelas vantagens do sistema. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil entrou no grupo de 14 países com maior potência de geração dessa energia, significando uma capacidade instalada de energia solar acima de 10 Gigawatts (GW).
Para Carlos Eduardo Canejo, coordenador do núcleo de sustentabilidade da pós-graduação da Universidade Veiga de Almeida, a maturidade pode explicar a busca pelo sistema de energia solar. “Temos um claro aumento da conscientização da sociedade e das empresas com a causa ambiental. Este trinômio propiciou um aumento da procura e da demanda, que potencializou a redução dos custos nos últimos anos”, argumentou Canejo.

Foto: Arquivo Pessoal
De acordo com o coordenador, as placas solares são compostas por Silício ou outros materiais semicondutores, e funcionam através de uma relação entre fótons e elétrons, o que gera um sistema de condução que se transforma em energia elétrica por uma inversão de corrente. No entanto, o fornecimento da energia elétrica fotovoltaica das placas só é possível caso ocorra em um local com vasta insolação.
Carlos Eduardo Canejo explica os benefícios do uso das placas solares no áudio seguinte:
Para a Absolar, existem mais de 520 mil casas brasileiras com sistemas de geração solar e ter uma alternativa limpa ou econômica no escape da crise hidrelétrica pode ser um privilégio diante de toda a desigualdade social. “Precisamos ainda de um desenvolvimento mais expressivo da indústria nacional, bem como uma maior segurança política e legal quanto à taxação do recurso solar”, concluiu o professor.
Pedro Amorim – 5° período