O simples ato da doação de sangue é capaz de transformar a vida de pacientes e do próprio doador
Nesta terça-feira, dia 14 de junho, é celebrado o dia mundial do doador de sangue. A data faz parte do junho vermelho, iniciativa que tem como objetivo homenagear e estimular essa prática, que pode salvar até 4 vidas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 1,6% da sociedade brasileira é doadora.
Fábio Pereira da Silva, 38 anos, sofreu uma hemorragia gástrica, por consequência perdeu muito sangue. Ele, que possui o tipo sanguíneo A +, conta que nunca doou sangue, mas que hoje enxerga como uma atitude importante e não esconde o desejo de se tornar parte dessa ação. O rapaz afirma que daqui a dois anos já poderá se tornar doador e irá em busca de todas as informações necessárias. “Hoje, eu enxergo como uma necessidade dos hospitais, algo que pode salvar vidas. Se não recebesse as duas bolsas de sangue talvez não estivesse aqui para contar essa história”, declara.
Laura Flyer, 22 anos, explica que decidiu doar sangue esse ano pois a mãe congrega em uma igreja, onde o Hemorio realizou uma ação para estimular a doação entre os fiéis e ela decidiu se voluntariar como doadora. Ela, que doou pela primeira vez, confessa que não sentiu dor, apesar de ter fobia de agulhas desde pequena. A jovem acredita que bloqueou esse medo por entender a importância dessa atitude e que também levará esse ato solidário como hábito de vida. “Doar sangue é sinônimo de salvar vidas, uma bolsa de sangue nossa é vital para algum paciente em estado terminal ou que sofre de alguma doença sanguínea. Então, esse gesto, que já é considerado de suma importância, na realidade deveria ser uma obrigação nossa contínua para com a vida dos que mais necessitam de nós”, afirma a jovem.
A hematologista Maria Rosa Henriques explica que a doação de sangue é um ato voluntário e de grande importância, pois ainda não existe um substituto artificial do sangue, por essa razão muitas vidas necessitam dessa doação. Segundo a profissional, após vinte quatro horas da coleta, o sangue é reposto pela mobilização dos líquidos do corpo, logo não é indicado realizar esforços físicos após a retirada da amostra.
Ela conta, que o intervalo entre as doações é de 60 dias para homens e 90 dias para as mulheres, isto ocorre porque as hemácias e o ferro presentes no sangue demoram um pouco mais para se restabelecerem. “Infelizmente ainda temos poucos doadores para o número de transfusões a serem realizadas e, se ao menos uma vez ao ano, cada pessoa fizesse uma doação, certamente teríamos um estoque razoável de sangue para atender às necessidades dos pacientes”, conclui a médica.
A doutora Maria Rosa fala sobre as circunstâncias que impedem a doação de sangue.
O diretor geral do Hemorio Luiz Amorim diz que a pandemia de Covid-19 diminuiu as doações de sangue na cidade do Rio de Janeiro. Para Luiz, apenas uma doação de sangue é capaz de salvar até quatro vidas e as expectativas são de que o número de coletas retorne em junho.
O diretor Luiz Amorim comenta sobre o junho vermelho.
Luiz conta que no Rio de Janeiro é possível realizar a doação de sangue no Hemorio localizado na Rua Frei Caneca, 8 – Centro. Existem doze postos de coleta na cidade e que podem ser consultados no site do Hemorio. Para o diretor, o pior lugar para se promover a cultura da doação de sangue é em hospitais onde as pessoas estão doentes e os familiares estão diante de um momento de tensão e estresse. “O melhor local é em qualquer instituição que se resolva falar sobre a doação de sangue”, destaca o diretor.
De acordo com o diretor, o brasileiro já tem a cultura da doação de sangue, o que ele não possui é a oportunidade de realizar essa ação solidária. A abertura de espaços como escolas, universidades e igrejas, são oportunidades que muitas pessoas encontram para fazer o bem.
Gabriela Machado – 5º período
Editado por Lucas Souza – 7º período