Entenda como os sintomas afetam a vida social e o psicológico feminino
Talvez a menopausa seja o período mais temido, ou desejado, para algumas mulheres. Temida pois caracteriza o envelhecimento da mulher. Desejada porque significa que não haverá mais a indesejada presença mensal da menstruação. Porém, para chegar lá, antes a mulher precisa enfrentar um longo processo caracterizado por uma montanha-russa hormonal: O climatério. A principal definição para este momento, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é que se trata de uma fase biológica e não de uma patologia.
O período nada mais é do que um momento de transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva da mulher, antecedendo a menopausa, momento em que não há a presença da menstruação por doze meses consecutivos. Durante o momento de transição, o corpo feminino começa a enfrentar a falha do ovário, órgão responsável pela produção dos hormônios progesterona e estrogênio, sendo esse último produzido em maior quantidade. Quando ocorre a diminuição da produção de estrogênio, o corpo reage de uma forma um tanto “descontrolada”, influenciando em outras partes e causando sintomas bastante desconfortáveis.
Dados divulgados por um estudo do Ministério da Saúde informam que das quase 98 milhões de mulheres no Brasil, aproximadamente 32% delas estão na fase em que ocorre o climatério, entre os 35 e 65 anos, sendo mais comum entre os 40 e 45 anos. Porém, muitas dessas mulheres acreditam que a fase se trata unicamente da menopausa, desconhecendo o processo de transição caracterizado pelo climatério e os sintomas que o período pode provocar.
Algumas mulheres passam por essa transição de forma “ilesa”, outras sofrem com a severidade dos sintomas devido a uma diminuição hormonal considerável. A ginecologista Lilian Aragão lista alguns dos sintomas mais comuns durante o climatério.

E não para por aí. A especialista explica que sintomas ainda mais graves podem acontecer caso não haja um tratamento adequado. Ela cita a influência do descontrole hormonal na perda de massa óssea, o que pode ocasionar osteoporose a longo prazo, doença que é caracterizada pela fragilidade e porosidade dos ossos.

Entenda como o climatério afeta a libido
As alterações hormonais relacionadas ao climatério também são responsáveis por alterações na libido da mulher. Isso ocorre devido a diminuição considerável do hormônio estrogênio, produzido pelo ovário e grande responsável por estimular os efeitos no cérebro. Este é considerado um dos sintomas que mais afetam a rotina feminina, já que interfere nas relações com seus parceiros. Confira mais detalhes sobre o período do climatério na entrevista abaixo
A assistente legislativo Tânia Márcia, de 50 anos, é uma das milhares de mulheres que sofrem com os sintomas provocados pelo período. Enfrentando as consequências há mais de um ano, ela destaca que o fogacho é o sintoma que mais prejudica sua qualidade de vida: “As ondas de calor são as maiores responsáveis pela minha constante alteração de humor”.

Assista ao vídeo de Tânia:
Já a aposentada Adair Gonçalves, de 70 anos, lembra que o período não alterou sua qualidade de vida: “Foi extremamente tranquilo até atingir a menopausa. Não me lembro de ter sentido nada que influenciasse negativamente no meu dia a dia”.

O climatério e saúde mental da mulher
Além das questões físicas provocadas pela presença dos sintomas, alguns pontos estão relacionados também à saúde mental, já que estes mesmos sintomas acabam interferindo nas relações sociais da mulher, principalmente com as pessoas presentes diariamente na rotina, como filhos ou parceiros.
A psicóloga Katia Cordeiro Fernandes, esclarece alguns pontos relacionados à influência na saúde mental. A especialista destaca que mulheres que passam por sintomas mais severos podem acabar gerando uma auto rejeição devido ao sentimento de não se sentirem aceitas pela sociedade ou por questões estéticas relacionadas à aparência. “Neste momento, o tratamento psicológico é indicado para manter o equilíbrio e a estabilidade emocional da mulher”, destaca a psicóloga.

Ouça o áudio da especialista
Conheça os métodos de tratamento indicados para os efeitos do climatério
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