Cosplayers aficionados lotam o pavilhão do Geek & Games Rio Festival com caracterizações bem elaboradas e muita dedicação

Por definição, o termo “cosplay” vem da língua inglesa; “costume” (fantasia) e “roleplay” (brincadeira ou interpretação). Para simplificar, fazer um cosplay é a arte de produzir sua própria visão de um personagem e encená-la fielmente. Entretanto, o significado vai muito além dos dicionários. Para os fãs, ser cosplayer (termo usado para definir pessoas que decidem representar personagens queridos) é uma paixão e um estilo de vida. O Geek & Games Rio Festival reuniu todas essas pessoas num só lugar. Durante o feriado prolongado de 21 a 23 de abril, o Riocentro estará lotado de pessoas que, como qualquer cosplayer, querem mostrar sua arte.
Esses participantes serão recebidos pela youtuber e drag queen Lorelay Fox. A anfitriã demonstrou estar com boas expectativas sobre os candidatos. “Estou muito animada para ver as crianças. Fiquei sabendo que o nível dos adultos está muito profissional. Os jurados são muito experientes e sei que vai ser muito divertido”. Os três dias de evento contarão com desfiles livres de crianças e adultos e, ainda, um concurso para premiar o melhor cosplayer. O resultado sairá no domingo com o grande prêmio: uma Scooter 0km no valor de 5 mil reais.
Para ser o vencedor, os concorrentes terão um minuto para se apresentar e serão avaliados em quatro quesitos: fidelidade (ao personagem homenageado), acabamento das confecções, desenvoltura e performance. Afinal, não basta apenas montar a fantasia, é necessário representar precisamente o papel escolhido. Para a cosplayer Daniela Gama, o mais importante é escolher personagens de forte identificação pessoal. “Sempre fui apaixonada por literatura e por personagens fortes, então escolhi a Katniss Everdeen por ter essa característica”.

As personagens femininas determinadas estão, cada vez mais, sendo reconhecidas no universo dos cosplays e desconstruindo paradigmas. O machismo ainda é nítido da parte dos fãs, por isso é tão importante mostrar também que existem personagens mulheres fortes. Nesse sentido, Daniela ainda complementa: “Já presenciei alguns casos onde o fotógrafo pede para tirar foto e se acha no direito de fazer algo indesejado”. E conclui que é necessário desmistificar o papel da mulher nesse meio. “Escolho personagens femininos fortes para mostrar que elas não estão ali apenas para serem salvas ou para se apaixonarem pelo príncipe, estão ali para lutar”.
Camila de França, de 20 anos, tem o mesmo pensamento. Vestida de princesa Ariel, diz que se identifica com a personagem por nunca desistir do que quer: ir à superfície. Para ela, fazer cosplay é uma paixão, um momento de passar a magia para crianças. “Muitas realmente acreditam que eu sou a própria Ariel”, conta com emoção. Além de incorporar A Pequena Sereia, Camila confessa que também aprecia a montagem da roupa. “Gosto de pensar como vou fazer. Gosto de criar. Essa parte de pensar na roupa também é muito interessante para mim”.

Além de focarem na execução do personagem, os concorrentes também precisam prestar atenção nas regras do concurso com relação às roupas. Se o escolhido tiver acessórios como armas, facas, espadas, tacos de baseball ou materiais cortantes, o participante terá que reproduzir o objeto com peças leves, como isopor, papelão, espuma ou plástico. Está terminantemente proibido a entrada de qualquer material que possa prejudicar a segurança do evento.

A seletiva de finalistas desse concurso de cosplays da sexta-feira, 21, teve diversos personagens conhecidos, dentre eles a Branca de Neve, interpretada por Mônia Zimmermann, de 30 anos. O público foi caloroso e bastante receptivo com todos os participantes. A cosplayer ficou bastante surpresa com o resultado: “Estou com medo da final, nem imaginava que eu iria passar!”, confessou. Os 5 finalistas de cada dia do evento se enfrentarão na grande final que acontece no domingo, dia 23 de abril às 18 horas.
Lizandra Rios, 5º período