Agência UVA Barra Assistiu: O Convento

“O Convento” é um filme de terror, comandado pelo diretor Christopher Smith, responsável pelo cultuado Triângulo do Medo (2009). O elenco conta com nomes que já atuaram em grandes produções, como Jena Malone (Orgulho e Preconceito) e Danny Huston (Mulher Maravilha). A produção conta a história de uma mulher que passa a ser atormentada pelo passado em um ambiente inóspito e busca respostas para o que está acontecendo.

Foto: Divulgação

Grace (Jena Malone), precisa viajar para o interior da Escócia após descobrir o falecimento do irmão, um padre, em um convento ermo. Ao encontrar num ambiente questionável, onde os responsáveis da Igreja parecem esconder o que realmente aconteceu, ela decide investigar por conta própria, fazendo com que ela entre em contato com possibilidades traumáticas envolvendo sua história de vida.

O longa-metragem recicla convenções do gênero, como a protagonista que se vê longe do lar e precisa lidar com situações, episódios e pessoas que proporcionam desconfortos e tensões que vão escalando. O ceticismo e a desconfiança são explorados em um primeiro momento até que a vulnerabilidade e o medo tomem conta da personagem. No filme a escolha é por uma condução lenta e atmosférica que explora as belezas naturais e a condição pitoresca do Reino Unido.

As características geográficas e climáticas das locações auxiliam no valor de produção do longa, adicionando um tom gótico e macabro. A escolha do roteiro em criar uma tensão constante, entretanto, mostra não ser justificada, uma vez que as repetições de cenas com efeitos muito similares e um acúmulo de cenas com um grande peso sugestivo prejudicam o ritmo da ficção. 

O uso de flashbacks e uma estrutura narrativa que vai e volta no tempo acaba gerando uma confusão pela falta de ordenação e equilíbrio empregado ao longo da projeção. Outro fator destoante é a ausência de ordem entre as tensões e conflitos dramáticos e fantasia do horror, que muitas vezes acaba beirando o cômico, gerando uma dissonância, em especial no terceiro ato do filme.

A fotografia trabalha nas cenas internas com uma baixa iluminação, focando mais na escuridão, porém com uma fonte de iluminação destacada na própria cena, sinalizando uma tensão e especificando o imaginário sagrado da Igreja e adequando com o contraste da luz natural iluminando os cenários do país europeu. A direção de arte é competente em criar cenários que levem o espectador para a ação e figurinos adequados, pelas figuras religiosas como as batinas e hábitos que revelam uma riqueza de detalhes e verossimilhança com o contexto estabelecido. A maquiagem também é eficiente em atender às necessidades do filme na composição dos personagens.

A direção aposta em criar prerrogativas de tensão através do ambiente, seja por composições que mostram as freiras reunidas, ou visões da janela que mostram as representantes religiosas em atividades que geram desconcerto. Outro aspecto que é usado com frequência são os close-ups das expressões, ou seja, as reações dessas pessoas em relação à Grace e a elementos do corpo e objetos, com o objetivo de enfatizar a tensão e a condição inquietante que a protagonista enfrenta.

“O Convento” é um filme inconstante, mas pode agradar os entusiastas do gênero pela ambientação e sustos eventuais. Confira o trailler!


Márcio Weber – 3° período

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