Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo são acometidos pela epilepsia, de acordo com a Organização Mundial de Saúde

Homens e mulheres de todas as idades, sofrem com esse distúrbio cerebral

A epilepsia é uma doença neurológica que pode atingir humanos, gatos e cachorros. Apesar de terem causas e tratamentos diferentes, a doença ocorre com uma crise convulsiva causada por uma espécie de curto circuito cerebral (um neurônio envia para outro uma informação com uma quantidade de eletricidade maior do que deveria). Para ser caracterizado como epilepsia, os humanos precisam ter mais de três crises.

De acordo com o neurologista Pedro Córes Monteiro, em pessoas, essa perturbação cerebral que gera a crise convulsiva pode ter causas temporárias, como infecção e febre, ou permanentes, como um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e uso de substâncias tóxicas ao cérebro. Além disso, o médico também mencionou que levar uma vida saudável pode evitar gatilhar um ataque epilético.

A epilepsia é uma doença crônica, sem cura definitiva,  ou seja, não é resolvida em um curto período de tempo e precisa de acompanhamento médico quase constante. Por isso é importante que pessoas com a epilepsia já desenvolvida usem continuamente os medicamentos prescritos pelo médico e tenham consultas frequentes para revisar a dosagem dos remédios. “Para o paciente que fica 2, 3 anos sem crise, é permitido começar a reduzir o medicamento até tirar. Às vezes, eles (os pacientes) atingem o equilíbrio e não tem mais crise convulsiva, como se fosse uma cura”, acrescentou o neurologista.

Pedro falou sobre os diferentes tipos de crise convulsiva; ouça abaixo:

A professora Raquel Nunes, 44 anos, só foi conhecer a epilepsia de perto quando a filha de 6 anos, Laura, apresentou o distúrbio neurológico, que teve como causa uma quantidade alterada de veias no lado direito do cérebro, segundo a ressonância. A criança teve a primeira crise com 1 ano de idade e na ocasião, Raquel não sabia o que estava acontecendo e ficou desesperada pois pensou que ia perder a menina. A professora ainda comentou que a doença causou traumas nela e na garota.

Atualmente, Laura está com a doença controlada e o último ataque epilético foi em 2019. “Mesmo com 3 anos sem crise, controlo a febre dela que não pode passar de 37,5. Se passar, corro logo para o médico”, acrescentou.

A estudante de publicidade e fotógrafa Sofia Azevedo Guimarães, de 19 anos, também é portadora de epilepsia (a causa da doença ainda é desconhecida). A jovem teve a primeira crise aos 13 anos, no final do dia escolar. Segundo a fotógrafa, ela estava com alguns amigos que, quando a menina caiu no chão devido ao ataque epiléptico, pensaram que a mesma de zoação por conta da personalidade brincalhona dela. Contudo, ao perceber que era sério, eles chamaram ajuda. A estudante mencionou que ficou chocada com a atitude deles, porque achou que eles tiveram uma atitude muito madura para adolescentes de 13, 14, 15 anos.

Depois do segundo ataque epilético, os pais da estudante e a própria passaram a alertar as pessoas a volta dela para eles saberem o que estava acontecendo e como ajudá-la. Sofia mencionou ter muita sorte de as pessoas à sua volta se mobilizarem e terem a sensibilidade de saber o que fazer.

A fotógrafa falou sobre o impacto que a doença teve na vida dela. 

A estudante de design de animação Clara Rocha, 21 anos, já presenciou uma pessoa tendo uma crise. A jovem contou que aconteceu em 2018, na sala de aula. O menino estava sentado a duas cadeiras à frente do lado esquerdo de Clara e caiu com a cabeça no colo do garoto que estava ao lado dele. No início, a turma achou que era brincadeira, mas quando perceberam o olho dele se mexendo descontroladamente, a sala virou um caos. A universitária gritou para segurarem a cabeça dele, mas ficou em choque e não conseguiu se mexer. “As pessoas se levantaram, a professora pediu pra maioria sair e os que ficaram tiraram as cadeiras para podermos deitar ele. As pessoas foram bem prestativas, algumas ficaram bem nervosas, todo mundo ficou bem preocupado”, acrescentou. 

Ao presenciar alguém tendo uma crise convulsiva é necessário deitá-la de lado ou  até mesmo sentá-la, caso esteja em pé. Os médicos alertam que não é para puxar a língua, pois o epilético está sem controle do corpo e pode morder quem está tentando ajudar. Outro mito é colocar algo para que a pessoa em convulsão cheire, isso não deve ser feito. O correto é chamar o socorro e aguardar, afinal as crises costumam passar entre 1 e 2 minutos. Se for mais extenso, tem que levar a pessoa para o hospital.

Juliana Vilete – 3º período 

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