Para os que não são familiarizados com o termo acrofobia, a palavra representa o medo irracional da altura. É o pânico causado por lugares altos, que não necessariamente criam qualquer situação de risco ou perigo. O diretor Scott Mann é o responsável por despertar a fobia naqueles que nem imaginavam carregá-la na nova aposta para o cinema, o filme “A Queda”. Com uma premissa um tanto quanto básica – o medo de altura – o produto final trata por surpreender o espectador com um trabalho bem elaborado e uma experiência carregada de tensão e muita adrenalina.
A fim de superar um trauma vivido juntas, as melhores amigas Becky e Hunter decidem se desafiar à escalada de uma torre isolada em um deserto nos Estados Unidos, com mais de 600 metros de altura. A aventura se torna em pesadelo quando a dupla se vê presa no topo da estrutura, quilômetros distantes do chão, sem qualquer recurso para ajudar na descida de volta ao solo. Dado o caos, as amigas precisarão contar com todo o preparo e instinto de sobrevivência para encontrar uma solução que as ajude a sobreviver nesse desastre.
A trama de “A Queda” não é muito inovadora. Por muito tempo na indústria, filmes que colocam o ser humano como protagonista em histórias de sobrevivência, ambientadas em locais desafiadores que aumentam o risco de perigo, já comprovaram a eficácia de cativar e agradar um público quando o resultado final é um longa que desperta vontade de ser assistido.

O roteiro passa a ser um elemento importante para o desenrolar da narrativa. Além de dirigir, Scott Mann assina o roteiro ao lado de Jonathan Hann, a dupla de autores toma a responsabilidade de criar um texto que esbanje criatividade e cuidado com a limitação do ambiente. Por se tratar de um cenário muito específico, uma torre, o filme precisava de movimento a todo momento. Conforme as sequências com as únicas personagens avançam, não lhe sobram alternativas e tentativas para reverter a situação que enfrentam, foram muito bem pensados todos os truques e artifícios que a dupla tenta para enfim chegar ao chão.
Como um característica típica desse sub gênero de filme, as amigas contam com uma gigante onda de má sorte durante o todo longa, não obtendo o mínimo de sucesso em qualquer que seja a tentativa da vez. O que pode vir a ser uma das frustrações do espectador durante a experiência, mas que mesmo assim, é totalmente compreensível dado os 107 minutos de duração que precisam ser preenchidos por algo.
Nem só de roteiro se produz um filme. Mesmo com um orçamento limitado, a produção consegue entregar um trabalho convincente – mas não perfeito – nos efeitos especiais e na produção de arte, nada que comprometesse a experiência sensorial do espectador para com o filme. A fotografia se empenha em explorar planos que destacam a imensidão daquele deserto e o abandono total da torre.
No geral, o saldo de “A Queda” é positivo. Para os fãs de um bom suspense, dificilmente vai ser um filme que desagrada, já que é uma produção agoniante e recheada de cenas que extrapolam a tensão e tiram o fôlego de qualquer um. É indicado fazer a experiência no cinema, por conta do tamanho da tela e as sensações que só a sala escura oferece. O longa entra em cartaz no dia 29 de setembro e será distribuído para as salas de cinema de todo o Brasil.
Confira o trailer.
Bruno Barros – 2º período