ONG leva oportunidades de uma vida saudável para pessoas com necessidades especiais em Jacarepaguá
De acordo com o censo demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calculado em 2018, existem no Brasil mais de 12 milhões de pessoas com deficiência, número que representa 7% da população. Desse total, 4,3 milhões estão inscritas no Cadastro Único, que identifica famílias de baixa renda no país para que sejam incluídas em programas de assistência social e transferência de renda. Rosângela Pereira, é presidente da Obra Social Dona Meca, que dá apoio a crianças deficientes e seus familiares, que muitas vezes não podem arcar com os custos de um tratamento.
“Houve a necessidade da criação desse centro, onde não só percebemos a necessidade da criança, mas também do seu responsável ser acompanhado por uma equipe técnica”
Rosângela Pereira
Na sede da OSDM são realizadas terapias que trabalham de forma conjunta para proporcionar a cada criança estímulos necessários ao seu desenvolvimento. Além de dar o acesso à saúde e atividades físicas, a ONG também garante a oportunidade de uma educação e alimentação para mais de 250 crianças.
Rafael Melo, de 15 anos, possui diagnóstico médico de encefalopatia crônica da infância, que consiste em um conjunto de desordens motoras e sensoriais que podem desenvolver lesão cerebral. Ele está no projeto desde um ano e três meses de idade e recebe acompanhamento até hoje. A mãe, Ângela Melo, conta que o filho nasceu prematuro e que quando chegou na instituição ele não tinha nenhuma estrutura e agora já pode falar e até andar.
Mãe de Rafael fala sobre a evolução do filho.
Rafael diz se sentir uma pessoa diferenciada por ter a oportunidade de realizar seus sonhos, inclusive o de andar, que está no topo da sua lista. Ele faz a prática de fisioterapia motora e já está conseguindo dar seus primeiros passos.
Rafael fala sobre suas atividades na ONG e o sonho pessoal.
Além do apoio dado às crianças é preciso o acompanhamento psicológico dos pais. O trabalho vai estruturar a família e ajudar no progresso e cuidado com os filhos. Nívea Anchieta, é psicóloga, especialista em autismo e fala que o objetivo é conseguir trabalhar o relacionamento da família com a criança e aproximar mães que passam pelas mesmas dificuldades. ”Para essa criança se desenvolver, ela primeiro precisa se relacionar com a base dela, o pai e a mãe”, disse Nívea.
A rotina de uma mãe com um filho deficiente é exaustiva e muitas vezes o sentimento de culpa, preocupação e cobrança excessiva costumam ser constantes, causando o chamado “estresse do cuidador”, isto é, um tipo de estresse que pode desencadear sintomas como insônia, irritabilidade, tristeza, ansiedade e depressão.
Josilma Gomes, é mãe do José Fernando de 14 anos e que tem o espectro autista. Ela conta sobre a importância de estar reunida com outras mães de autistas e trocar experiências, ainda mais com aquelas que ainda não têm tanta experiência com um filho portador de necessidades especiais.
“Tem sido muito legal esse tempo que eu estou aqui com ele e ele evoluiu bastante desde que chegou no centro. Isso me deixou muito tranquila, principalmente na questão do sair de casa, que acredito que seja muito difícil para muitas mães de autista”
Josilma Gomes
Para os pais não tem nada melhor do que poder ver os filhos adquirindo as habilidades de falar, andar e realizar sonhos. Mas, para os voluntários, cada conquista dos pacientes também é uma marca em suas vidas, ainda mais quando conseguem atingir um objetivo que poderia ser considerado impossível.
“A gente conseguiu que ela ficasse em pé, andasse de lado e segurasse no andador e começasse a andar sozinha”. Essa é a declaração da fisioterapeuta Anna Cecília, que atendeu uma paciente com Mielomeningocele, o que a impossibilitava de andar, mas que com o trabalho correto, conseguiram melhorar a qualidade de vida da criança.
Para ajudar a instituição a continuar transformando vidas, você pode doar itens necessários para manutenção, como fraldas, materiais de higiene e limpeza, alimentos perecíveis e não perecíveis ou até mesmo se tornando um voluntário.
Cícera Gledys Ramos – 6º período