Hábito de leitura no papel ainda é preferência de um público fiel
Dia 30 de Setembro é mais conhecido como dia do jornaleiro, profissão responsável pela venda de jornais, revistas, dentre outras publicações. O impresso como um meio de comunicação tradicional atravessou diferentes épocas e ainda resiste à era digitalizada dos anos 2000. Com um caráter, linguagem e edição, o jornal é planejado para despertar a atenção dos consumidores de informação. Como por exemplo, quando pessoas caminham em direção a qualquer destino, vê uma banca e decide parar alguns minutos para ver os destaques do dia.
O aposentado Devair Vargas tinha o costume de comprar jornais impressos todos os dias quando a banca ainda operava normalmente perto de casa. O horário era sempre pela manhã, o hábito impactava a esposa e o neto de Devair, que aproveitavam a oportunidade para ler e fazer outras atividades do jornal. “O modelo que mais me interessava eu comprava para saber o resumo das notícias e o resultado dos jogos da loteria”, contou o aposentado.
Depois que a única banca perto de casa encerrou as atividades, Devair migrou para a internet e posteriormente para o celular, tal prática caracteriza-se por uma tendência. Dados do Instituto Verificador de Comunicação (IVC) do Brasil e Fonte Poder 360 apontaram uma queda de mais de 12% na circulação impressa entre 2016 e junho de 2021, enquanto no jornal digital percebe-se um avanço de mais de 6% no mesmo período de tempo. A questão está atrelada à forma como a internet se tornou um facilitador da leitura de maneira prática.
Sandro Miranda é repórter do Jornal Expresso, da Editora Globo. Para o jornalista ainda há um número de pessoas que mantém o costume de percorrer as páginas, seja pelo hábito ou pela não adaptação às novas tecnologias. “O jornal Extra, por exemplo, é muito forte tanto em bancas quanto na internet. No caso do Expresso, onde também trabalho, não existe nenhuma versão on-line. O jornal é somente impresso e o próprio formato de tabloide talvez explique a razão de continuar sendo muito procurado”, relatou Sandro.
No áudio abaixo, Sandro Miranda comenta sobre a importância da informação para leitores quando o meio digital não é presente na rotina.
Apesar do declínio nas vendas, os jornais continuam tradicionais e resistem em diversos locais, seja em um salão de cabeleireiro, em um consultório médico ou em uma recepção de prédio. “Ainda acho prematuro falar sobre o fim do jornalismo impresso. Em 2007, quando entrei na faculdade, já se falava nisso. Acredito que vai resistir por mais um tempo”, concluiu o repórter do Expresso.
Quando Jornalismo e Marketing se unem

Na construção do jornal impresso, as ações publicitárias são responsáveis por gerar receita financeira. De acordo com Raphaela Wermelinger, analista de Marketing, ainda há uma parcela da população fiel à leitura impressa, por conta da construção de confiança ao longo dos anos.
Raphaela já trabalhou no time de Marketing da Infoglobo, nos jornais O Globo e Extra, e destaca como o marketing é importante em qualquer empreendimento. “O Marketing é fundamental para qualquer negócio prosperar e ter bons resultados, com o jornal impresso não seria diferente. Pensar estrategicamente é a saída para se diferenciar da concorrência e se destacar perante o público”, explicou Raphaela.
Raphaela Wermelinger fala sobre a influência da área do marketing para a circulação do jornal impresso no vídeo seguinte.
Os planos estratégicos devem garantir um aumento de vendas e uma relação de fortalecimento com o leitor. A união do Jornalismo com o Marketing garante a resistência do meio impresso para um público que consome a notícia no papel. É difícil pensar sobre o momento em que o jornal impresso não vai existir mais, por enquanto, continua com o objetivo de todos os dias ter em páginas as principais informações do Brasil e do mundo.
Pedro Amorim – 5º período