Agência UVA Barra assistiu: De Volta Para Casa

Foto: divulgação da Internet.

“De Volta Para Casa” é o novo filme da diretora Cristina Comencini e conta a história de Alice McNellis. Após saber do falecimento do pai, Alice retorna para a casa onde passou a infância e adolescência. A protagonista resolve passar alguns dias no local enquanto tenta vender o antigo imóvel. Durante a estadia, Alice começa a se lembrar de momentos marcantes que viveu e uma revelação traz de volta sentimentos que estavam esquecidos.

A diretora italiana Cristina Comencini, que também assina o roteiro da obra, apresenta uma abordagem que mistura melodrama com pequenos toques de thriller. Entretanto, ela não consegue equilibrar bem esses dois gêneros. A direção dedica muito tempo à viagem e à interação de Alice (Giovanna Mezzogiorno) com as próprias lembranças e só no final do filme introduz uma subtrama de perseguição mais voltada para o suspense, com  pouco tempo de desenvolvimento.

O roteiro coloca Alice, uma mulher com cerca de 40 anos, interagindo com ela mesmo em outros momentos da vida, na infância, interpretada por Clelia Rossi, e na adolescência, interpretada por Beatrice Grannò. É como se a personagem fizesse uma viagem para o passado, mas sem abordar algum elemento místico ou de ficção científica. Algo parecido com o que o cineasta Woody Allen faz em “Meia-Noite em Paris”. Esses momentos de encontro com as memórias e com as Alices do passado são os pontos altos do filme. A forma como a história trabalha essa questão é muito bem desenvolvida.

Porém, o problema maior aparece quando a trama tenta apostar em algo mais voltado para o terror. Marc, personagem de Vincenzo Amato, personifica esse segmento do filme. Toda trama que envolve ele é cheia de mistérios e a presença dele sempre deixa uma impressão de que existem coisas sendo escondidas. Quando temos a grande revelação da história, a resolução encontrada pelo roteiro acaba caindo em clichês que não pareciam fazer parte da abordagem proposta.

A parte técnica consegue fazer um bom trabalho com a utilização das memórias de Alice. O filme aposta em uma estética mais teatral com planos mais longos, sem muitos cortes. A produção também faz uma boa reconstituição de época, ambientando as memórias de Alice na década de 1970. O figurino, a maquiagem, os carros da época e a tecnologia daquele período estão retratadas de forma fiel na obra.

“De Volta Para Casa” é um longa que, quando aposta na parte mais dramática da história, se saí muito bem com uma proposta que instiga o espectador e o faz ficar atento aos acontecimentos. Por outro lado, quando tenta abordar uma pegada mais voltada para o suspense, acaba perdendo a força da obra principalmente porque essa atmosfera não tinha sido estabelecida antes.

O filme estreia em 04 de junho na plataforma Belas Artes À La Carte e fica disponível, de forma gratuita, até o dia 10 deste mês.

Lucas Souza – 5° Período – Jornalismo

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