Home office de verdade, sem moletom

Trabalho feito de casa e suas diversas maneiras de ser realizado mostram adaptações dos brasileiros em meio à pandemia do Coronavírus

O Coronavírus teve seu primeiro caso confirmado no Brasil no fim de fevereiro de 2020 e permanece causando vítimas até os dias atuais. Desde então, os números de contágio crescem a cada dia e a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é se manter em isolamento. Muitos desses brasileiros são trabalhadores que precisam comparecer ao seus empregos, pois não tiveram a escolha de fazer home office. Mas algumas empresas flexibilizaram os trabalhos e deixaram seus funcionários trabalharem de casa, cumprindo o isolamento social.

Esse é o caso do professor da Universidade Veiga de Almeida, Anderson Barreto, 39 anos. Ele conta que, devido ao primeiro decreto emitido pelo governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, a universidade foi fechada e as aulas hoje são ministradas por meio de plataformas virtuais, no mesmo horário da aula presencial. Sua rotina de trabalho aumentou no home office e a adaptação de ter o computador como sua sala de aula foi nova para Anderson. “Tenho que olhar para o computador como se tivesse olhando para os alunos e entender como trabalhar da melhor forma”. Ele afirma que a tecnologia é a grande aliada dos professores e ressalta que, mesmo de forma virtual, suas aulas são elogiadas pelos alunos, que enviam feedbacks agradecendo pelo conteúdo. “O professor está ali para ajudar a passar por esse momento de forma educativa e produtiva”, completa.

Assim como o Anderson, o jornalista Rhuan Ramos, de 27 anos, produtor da TV Rio Sul, afiliada do Grupo Globo, está trabalhando em home office desde março. Sobre as mudanças que o Coronavírus causou no seu trabalho, Rhuan afirma que existe o jornalismo antes e depois do Covid-19 e que sua rotina de trabalho aumentou em relação ao trabalho que fazia na empresa. Ele conta que na redação da emissora em que atua, o jornalismo colaborativo é hoje a essência. “Começamos a trabalhar com esse tipo de jornalismo no qual nossos entrevistados e colaboradores mandam os vídeos de casa e assim montamos a matéria, tudo com vídeo-selfie”.  Rhuan defende que o jornalismo é o maior aliado nessa pandemia. Para ele, a informação é a maior arma que a população tem nesse momento. “Eu preciso me informar para me prevenir, ainda mais em um momento como esse. E só o jornalismo consegue levar isso à população”.

Da mesma forma que o jornalismo tem uma tarefa importante na ajuda ao combate ao coronavírus, a psicanálise também exerce muito bem tal papel. E quem vem exercendo essa função com dedicação nessa pandemia é a psicanalista Roberta Bastos, de 45 anos. Ela conta que sua rotina mudou completamente e que ficou mais cansativa, pois hoje ela realiza consultas para seus pacientes de forma online. Às vezes atende até as 22h, o que nunca aconteceu antes do Covid-19. “Tiro uma hora do dia para enviar mensagens positivas a todos os pacientes”, conta Roberta, que, nesta crise sanitária, fez um perfil no Instagram com conteúdos positivos para amenizar as angústias e medos de seus pacientes. Com esse projeto, ela alcançou pacientes de outros estados que já requisitaram terapia online. “É gratificante demais perceber que meu conhecimento ajuda pessoas a superarem medos e pânicos nesse momento”, completa.

Diversas áreas e profissionais, de fato, tiveram suas rotinas de trabalho modificadas por conta do novo Coronavírus. Uma pesquisa da empresa de monitoramento de mercado Hibou, em parceria com a plataforma de dados Indico feita em março de 2020, revela que seis (59,9%) em cada dez brasileiros estão fazendo o Home Office por conta do cenário global que a pandemia causou. De acordo com o levantamento, um em cada quatro (25,2%) entrevistados afirmou que está trabalhando mais em casa do que em suas empresas. E, segundo estudo do Linkedin, 62% dos brasileiros ficaram mais estressados com o trabalho no Home Office. O que pode ser tirado como aprendizado disso tudo é que o brasileiro sempre se reinventa e se adapta às mais diversas situações. Home Office no Brasil não é mais fácil do que trabalhar na empresa e, com certeza, não é só de moletom e deitado na cama.

Elvira Macedo – 6º Período | Jornalismo

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