Brincar: o melhor remédio

Comunidade se une para desenvolver atividades para as crianças durante a quarentena

No dia 31 de dezembro de 2019, o mundo presenciou o primeiro caso de contagio pelo SARS-CoV2, em Wuhan, na China. Três meses depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o surto da doença como pandemia. A experiência de isolamento social afetou inúmeros brasileiros e estrangeiros, que buscaram alternativas para as suas rotinas do dia a dia. Foi nesse contexto que os olhares foram direcionados àqueles que não compreendem o estresse e preocupação de um cenário turbulento: as crianças – e o desafio de entretê-las sem sair de casa. 

Adaptar a curiosidade delas à realidade é o que defende a psicóloga Ana Mendonça, que afirma que para contornar o medo gerado pela situação atual, os recursos lúdicos são fortes aliados. “É importante manter a saúde mental dos pequenos, pois é na infância que o indivíduo está formando sua personalidade”, destaca. “É um momento para reavaliação e reflexão sobre nossos atos”, pontua.

Brincadeiras para conter a tensão e o tédio são boas estratégias. Expor desenhos e pinturas nas janelas, realizar uma caça aos ursinhos de pelúcia e desenhar nas calçadas foram algumas das ideias que surgiram em grupos no Facebook administrados por mães, nos Estados Unidos (Texas). “O propósito é distrair as crianças para dar um pouquinho de um senso de normalidade para elas”, explicou Nathália Wilke, uma das administradoras do grupo. Ela acrescenta ainda que as ações buscam valorizar a noção de comunidade entre as pessoas de seu bairro.

Para os mais jovens, estar em casa com os pais é especial, pois normalmente eles estão tão ocupados trabalhando que não têm muito tempo disponível para aproveitar a companhia dos filhos. Nesse cenário, é preciso se reinventar para atender às necessidades dos pequenos, relata Nathália Wilke, mãe do Jackson Cruise (5) e a da Lucy Helena (2). “É muito diferente quando a gente coloca a prioridade nas crianças em vez de pensar no que a gente precisa como adultos”, afirma.

No Brasil não é diferente. Lembrar de respirar para manter corpo e mente saudáveis é o lema da Alessandra Cunha, que buscou criar um cronograma para aproveitar o tempo com a filha de 9 anos, Lenira. “No início foi um baque muito grande e eu não sabia como lidar com a situação”, conta a mãe. Foi então que ela decidiu que era preciso tentar voltar à vida normal. Desde então, a criatividade tem sido o fator chave para suas tardes de entretenimento. Dentre tantas atividades, como pintar e acampar na sala, o cine pipoca acontece todos os sábados, e é especial para as duas: “Ele é sagrado”, brinca Alessandra. “Deu muito trabalho, mas fiz tudo com muito amor e carinho”, diz.

Partir do princípio de que para criar crianças saudáveis é preciso olhar para elas, estar com elas e ajuda-las é o básico proposto pela psicóloga Ana Mendonça, que certifica que a proximidade fará a diferença no desenvolvimento das crianças. “Vamos nos reinventar, reviver a nossa própria infância, criar novas situações para tornar mais leve o momento para nossos pequenos e assim colhermos frutos saudáveis no futuro”, aposta.

Luma Keily – 3º Período | Jornalismo

*Texto produzido na disciplina Teoria e Técnica da Notícia em parceria com a Agência UVA Barra.

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