Festival de Cultura Digital debate sobre a representatividade feminina na tecnologia

Um alerta ao mercado em ascensão que menos contrata mulheres

O espaço Hack Conference é a única atividade paga do festival e conta com intérpretes de libras – Foto: Ana Carolina Fernandes

Cansadas de ouvir exemplos de cozinha e ser diminuídas no ambiente de trabalho, as mulheres soltaram a voz na quinta edição da Hacktudo, no último sábado (26), na Cidade das Artes. A Hack Conference, espaço onde ocorreu o debate, discutiu sobre a falta de representatividade feminina no mercado digital. Entre as palestrantes, Sylmara Ramon, gerente de inovação da Affero Lab; Patricia Vital, head de marketing da Sociedade Eletromercantil Paulista (SEMP TCL); e Ana Lúcia D’Amaral, diretora de tecnologia da Liberty.

Com mediação de Kellen Serrano, coordenadora de processos estratégicos do Banco do Brasil, as convidadas discutiram as dificuldades de ser mulher no ramo da tecnologia e como isso contribui para a falta de grandes profissionais femininos para serem espelhos a jovens brasileiras na hora da escolha profissional. “Trazer esse assunto para o Hacktudo, é superimportante, porque as profissionais da área contaram as suas experiências e trouxeram suas percepções, e isso revela como o evento se sensibilizou pela causa da equidade no mercado de trabalho”, comenta Kellen.

A Hack Conference é o local destinado para debates com profissionais da tecnologia – Foto: Ana Carolina Fernande

Apesar dos obstáculos e das discriminações, Sylmara acredita que há mercado para as jovens interessadas no ramo. “Viemos aqui defender que é possível seguir essa carreira e que as mulheres precisam acreditar nelas mesmas; portanto eu diria para elas não desistirem”. Segundo a gerente de inovação, já existem profissionais que olham para os resultados e não para os gêneros. Porém, na prática, as vagas de TI abertas hoje em dia recebem uma pequena parcela de candidatas do sexo feminino e, como consequência, poucas são contratadas.

É um privilégio uma mulher não sofrer algum tipo de preconceito ou de deboche ao entrar neste mercado, de acordo com a palestrante Sylmara Ramon. “Quando eu digo que sou gerente de inovação e começo a falar sobre Inteligência artificial, é muito comum os homens que convivo no dia a dia do trabalho perguntarem quem eu sou, o que faço, sempre na expectativa de chegar mais alguém”, conta ela.

Por existir preconceito neste segmento, Nathalia Macedo, de 27 anos, e analista de sistemas e de negócios, conta que nunca pensou em trabalhar com tecnologia por não ser um mercado rodeado de mulheres. “Tanto que na minha turma de programação eu era a única mulher”, diz ela. De acordo com Sylmara Ramon, é importante trazer esse debate para o Festival de Cultura Digital a fim de mudar este cenário.

Ana Carolina Fernandes – 4° Período | Jornalismo

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