“Mulambö – Tudo Nosso” traz uma leitura artística da periferia do Rio
A exposição “Mulambö – Tudo Nosso” foi inaugurada no último sábado, dia 24, como parte do evento de reabertura da biblioteca do Museu de Arte do Rio. O trabalho do artista João Gabriel Motta, conhecido como Mulambö apresenta a identidade periférica do Rio de Janeiro através de materiais que simbolizam essa existência, como papelão, prancha, bandeira, entre outros.
O artista foi criado entre Saquarema e São Gonçalo e apresenta um trabalho que tem como objetivo principal retratar a realidade das favelas da cidade. As experiências pessoais podem ser vistas em cada obra. “Esse trabalho fala muito da minha trajetória como ser humano, é pensar na casa da minha avó, pensar nos materiais que encontro onde moro”, afirma.
A mostra conta com uma frase escrita ao meio de do espaço: “Não tem museu no mundo como a casa da nossa avó”, que, para o artista reflete a intenção de encontrar seu lugar no mundo e resgatar sua ancestralidade, começando pela própria família.

Confira aqui um trecho da entrevista com Mulambö:
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A simplicidade da mostra e as mensagens que refletem o cotidiano aproximam o público. Para o advogado Washington Junior, o artista entrega a realidade de forma muito objetiva. “Ele mostra de maneira crua a violência naturalizada no Rio de Janeiro”. Já para a produtora cultural Ana Clara Ferreira, além do impacto de vivência periférica, a exposição possui caráter acolhedor. “Remeteu-me a memórias, à infância, faz parte da nossa construção, o nosso próprio museu”.
“Mulambö – Tudo Nosso” está na Biblioteca do Museu de Arte do Rio até o final de 2019.
Daniela Morgado – 2º Período | Jornalismo