
O mais novo filme do diretor e roteirista francês Luc Besson (Lucy e O Quinto Elemento) conta a história de Anna (Sasha Luss) uma moça bonita, sedutora e muito inteligente mas que esconde um grande segredo. Ela na verdade é uma das espiãs mais letais da organização de serviços secretos da União Soviética (KGB). Tudo muda quando em uma de suas missões Anna é pega por um agente da cia, Lenny Miller (Cillian Murphy) e acaba se envolvendo em um jogo entre as duas maiores organizações secretas do mundo.
Luc Besson teve um início de carreira muito promissor dirigindo e escrevendo filmes como, Nikita: Criada para Matar, O Profissional e O Quinto Elemento, mas nos últimos anos ele vem perdendo a inventividade que tanto marcou seu começo. Nesse sentido, ANNA – O Perigo Tem Nome é mais uma prova de que o diretor tem perdido a mão nas suas produções, sua direção continua muito boa nas cenas de ação, mas o filme parece muito genérico, ele não tem nada de novo a mostrar, em um gênero que já está bastante saturado.
Recentemente filmes como Atômica e Operação Red Sparrow foram muito mais bem sucedidos em abordar uma história de intrigas misturadas com espionagem durante o período da guerra fria. Durante a exibição de ANNA, as batidas da história são todas familiares do grande público e o longa mais parece uma copia mais fraca dos outros filmes.

Diferente de alguns trabalhos de Besson, onde suas protagonistas são muito bem interpretadas por atrizes como Natalie Portman e Scarlett Johansson, aqui temos Sassha Luss que faz sua estreia como protagonista em uma grande produção, a moça interpreta muito bem as cenas em que utiliza sua beleza para seduzir suas vítimas mas quando precisa demonstrar emoções mais profundas ela acaba deixando muito a desejar.
Por outro lado, os experientes Luke Evans e Cillian Murphy conseguem convencer bem nos papeis de agentes da KGB e da CIA (respectivamente) mas seus personagens não têm momentos onde os dois possam mostrar mais das suas interpretações e eles acabam parecendo muito superficiais.
Além disso, a trama usa e abusa de saltos temporais, idas e voltas em anos diferentes, reviravoltas e flashbacks durante toda a exibição, o que acaba tornando a história previsível e pouco inventiva. A montagem sofre muito com cortes rápidos, logo no início do filme, onde alguns agentes americanos são mortos, fato esse, que fica perdido na trama e só é, levemente, mencionado no final do segundo ato do filme. Dessa forma, a sensação que fica é que, se o filme seguisse uma linha continua dos acontecimentos, ele seria muito melhor desenvolvido e sua história seria mais coesa.
ANNA – O Perigo Tem Nome é um filme com uma direção pouco inspirada, mas que tem seus momentos, seu roteiro poderia ser melhor trabalhado e sua protagonista poderia ser menos genérica. Esse filme mostra que o diretor Luc Besson precisa se reinventar dentro de um estilo que ele mesmo foi um dos pioneiros anos atrás.
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Lucas Souza – 4º Período | Jornalismo