CCBB promove oitava edição do Cena Brasil Internacional
Uma imersão no universo das artes cênicas contemporâneas. A oitava edição do Cena Brasil Internacional teve início, na quarta-feira (5/6), no Centro Cultural Banco do Brasil. O festival, que esse ano exibe seis obras nacionais, além de quatro internacionais, da Argentina, Estados Unidos e França, acontece até o dia 16 de junho e traz uma abordagem de temas essenciais e urgentes, como a valorização da vida humana, por meio da arte.
Foi nesse contexto que Sérgio Saboya, idealizador do Cena Brasil Internacional, debateu sobre o papel transformador do teatro através do raciocínio crítico, e não por meio de discursos vazios e impositivos. “Porque não é só entretenimento. É levantar reflexão, é entender o que que a gente está vivendo e não fechar os olhos para muitas coisas”, afirma.
“A gente tem uma sociedade que está adoecida, e a gente precisa continuar fazendo arte para melhorar”.
– Sérgio Saboya
O encontro entre artistas brasileiros e estrangeiros traz um olhar criativo para questões como, a realidade social, o viver de arte e o mercado internacional. O coreógrafo americano, Shamel Pitts, estreia no Cena Brasil Internacional com dois espetáculos, que fazem parte da trilogia Black Series, entre eles, “Black velvet – Architectures and archetypes” (Veludo negro – Arquiteturas e arquétipos). A peça é inédita no Rio e mistura a dança com um jogo de luzes e projeções para refletir sobre as diversas cores da negritude. Suzi Cunha, gerente de filial, trabalha no Centro da Cidade e foi prestigiar o espetáculo. Ela relata que a obra consegue comunicar a emoção através do movimento. “É fascinante a forma como ela fala com a gente sem ter que usar palavras”, afirma.
“A textura da arquitetura de um corpo; A estatura de uma estátua; A postura de pilares altos demais; Demasiado alto para segurar; Edifícios construídos em edifícios; Muito Negrito Para Console; Tão ousado como o sangue.”
– Fala traduzida do espetáculo
Dentro do conceito de encontro, o Cena Brasil Internacional promove a arte e a cultura como um todo. Por meio do interculturalismo, proporciona uma rica troca de experiências de repercussão mundial, e dessa forma torna-se palco para inúmeras discussões, que fomentam a construção de um espaço criativo e democrático.
Luma Keily – 1º Período | Jornalismo