Agência UVA Barra assistiu: “ROCKETMAN”

Foto: Divulgação

O diretor Dexter Fletcher aborda a vida de Elton John numa linguagem musical que flerta com a psicodelia e com a estética kitsch, ou seja, colorida e extravagante. O resultado é um visual potente que conversa diretamente com as câmeras fluidas de “George Richmond” e se integra aos cenários coloridos e figurinos vibrantes e cheios de adereços construídos pelos diretores de arte.

Oposto ao caos da vida pessoal de “Reginald Kenneth Dwight” durante sua jornada, Elton John é o contraste de seu criador, como Jekyll & Hyde, e este é o grande trunfo do filme: conseguir explorar, sem perder suas características de fantasia, as diferenças das duas figuras e que por trás de toda a simbologia pop e glamour do músico, há um homem que precisa de ajuda.

“ Quando você vai me abraçar? ” – Esta pergunta acompanha o filme durante toda a narrativa e é o ponto chave para entendermos porque um homem fantasiado de demônio carnavalesco entra numa terapia e se apresenta como alcóolatra, viciado em cocaína, remédios, sexo e compras e sofre de bulimia. Desde criança, Elton John nunca teve seu amor correspondido pelo pai e foi um grande fardo que teve carregar por sua vida, mesmo como um astro consagrado. Se há uma pessoa responsável pela recuperação de Elton John, este é Bernie Taupin, letrista de grande parte de suas músicas numa parceria que dura até os dias de hoje.

O diretor musical “Matthew Margeson” usou cada música de modo a ilustrar o momento do filme, entregando uma trilha sonora dinâmica e que conversa diretamente com roteiro, fotografia e arte. O resultado, em tela, é de um amálgama de videoclipes em plano-sequência que nos introduzem, ou encerram, cada acontecimento do filme.

Quanto a cenas tidas como polêmicas pelo grande público, não adianta fugir. Elas estão lá, sejam as de drogas, com o músico cheirando cocaína, quanto as de sexo, como os momentos íntimos do popstar e seu affair e à época empresário, “John Reid”, antes de descambar para um relacionamento abusivo. Este foi um pedido do próprio Elton John, que também é produtor do filme, e contribuiu para a veracidade narrativa.

Apesar de bem acertado, recorre a clichês narrativos em alguns momentos, perdendo força de algumas personagens e caindo em maniqueísmos novelísticos, como nas relações com os familiares e em seu convívio com John Reid.

“Rocketman” retrata a vida de Elton John com a magnitude que este representa.

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Kadu Zargalio – 3º Período | Produção Audiovisual

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