Maria Rita, Rael e Elza Soares são alguns dos representantes da música no evento
A cantora Maria Rita e o rapper Rael foram os convidados da palestra “A narrativa da composição e interpretação”, o encontro aconteceu no terceiro dia do Rio2C – Rio Creative Conference (25). De forma leve e descontraída, os artistas revelaram um pouco do processo de criação dos seus trabalhos e apesar dos estilos distintos, ambos possuem algo em comum: A música precisa entrar em contato com o seu próprio eu.
Passeando entre a MPB e o Samba, Maria Rita revela que a escolha de uma música para gravar se dá quando há uma identificação, seja com a beleza da melodia ou com a força da mensagem que a letra carrega. “Quando a mensagem de uma outra pessoa passa a ser fiel a minha alma, eu sinto que essa canção precisa ser minha. O próximo passo é tentar fazê-la minha”. Filha de músicos consagrados, a cantora acrescenta ainda que o ambiente musical que vivia em casa contribuiu para sua bagagem.
“Como intérprete, eu canto histórias”
– Maria Rita
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Produzindo o próprio disco, o rapper Rael comenta que o processo de composição está relacionado com o momento em que está vivendo. “As mudanças no país e a paternidade são situações que mudaram à minha maneira de compor. É difícil! Não tenho uma regra. As vezes componho em dois dias e as vezes levo um mês”.

Quem escreveu sua história na música e teve um espaço especial no evento foi Elza Soares, a cantora foi a grande homenageada do Rio2C. A artista foi premiada durante a palestra “Além da música: Uma homenagem a cantora brasileira do milênio Elza Soares”. O bate papo conduzido pelo jornalista Zeca Camargo retratou as dificuldades enfrentadas pela artista no início da carreira por ser mulher e negra. Mas que apesar de todas as adversidades seguiu em frente e ainda hoje é um fenômeno. “Me senti muito honrado com o convite para escrever a biografia da Elza”, diz Zeca Camargo.

Com letras fortes em seu repertório, Elza Soares levanta a bandeira do feminismo e diz saber que suas canções incomodam muita gente. “Querem me calar, mas não vão conseguir. Meu país é meu lugar de fala”. A cantora segue conquistando fãs por onde passa, é o caso da Designer Sofia Affonseca que enfatiza a importância da artista para o empoderamento feminino. “Ela quebra estereótipos, empodera mulheres e mostra que é possível vencer. Ela é muito forte e inspira muita gente. Nos faz lembrar que a força está na gente e não no outro”. Aos 81 anos, Elza segue em turnê do álbum “Deus é mulher” pelo país.

Graziela Andrade – 6º Período | Jornalismo