Aniversário do MAR promove a democratização do espaço cultural
O Museu de Arte do Rio (MAR) completou 6 anos e para comemorar, organizou uma programação especial no último fim de semana do dia 29 a 31 de março, com exposições, show e lançamento de livros. A 45ª edição do evento MAR de música, na sexta-feira (29), contou com a presença do rapper BK, artista expoente na cena do RAP nacional. Ele apresentou o álbum “Gigantes”, lançado em turnê no mês de janeiro.
O objetivo do evento é dar espaço para artistas emergentes em um ambiente considerado da alta sociedade. O produtor Gabriel Moreno diz que, o museu, apesar de ser um lugar categoricamente marcado pela exclusão, organiza um calendário de forma inclusiva para desconstruir a ideia de arte como algo distante. “A música tem a ver com identidade. Um show como esse representa como as pessoas se veem nesses artistas emergentes, uma relação mais próxima do que visitar uma exposição”, comenta.
Para constatar a importância do MAR de música, a instituição fez uma pesquisa de processo de escuta com a juventude. Os jovens relatam que foram pela primeira vez para ver um show e não uma exposição. A canção ajuda atrair as pessoas de lugares mais distantes como da Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo. “Os próprios artistas que acreditam no movimento e na cultura da periferia têm um entendimento que o museu é um espaço que a população deve ter acesso”, conta Aguessiano Mo Chavão, estudante de artes e morador de Caxias.
Apesar da visão de que o museu não seja um lugar acessível para todos ainda esteja em alta, os eventos gratuitos mudam um pouco esse ponto de vista. A importância da democratização do espaço foi lembrada por Pedro Malcher, tecladista do rapper BK. “É importante fazer a arte de forma gratuita. A gente tem que alcançar o público e nada melhor do que no museu, um lugar de grande valor cultural artístico”, comenta.
A oportunidade de propagar a mensagem das minorias através da rima em um ambiente cultural dá voz para aqueles que, por muito tempo, não eram vistos. A estudante de administração, Vitória Maria enfatiza que as pessoas devem conhecer outros gêneros musicais para entender a realidade de um povo que sofre com o preconceito. “Depois de tantos anos da nossa cultura ser jogada para o lado e marginalizada, é fundamental que estejamos presentes. Música é arte e a nossa traz toda uma trajetória ”, relata.
A música faz parte dessa arte que carrega histórias em suas letras. Ela se torna referência e representatividade. Magno Brito, contrabaixista do rapper, diz que é um grande avanço para o rap nacional. “BK cita numa música, ‘veio o hip hop e salvou o negro’. O movimento começou a ganhar espaço e isso aumenta a autoestima e as pessoas passam a ficar sabendo que elas importam, que elas estão inseridas nesse contexto”, diz. As comemorações do aniversário do museu encerraram no domingo, dia 31.
Kaliane Trindade – 5º Período | Jornalismo
Voa menina, a matéria ficou incrível!
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