Um grupo de amigos resolve organizar um festival de arte, como despedida para um dos integrantes que vai para o Exterior. A partir da organização do evento, os alunos de produção cultural da UFF, campus Rio das Ostras, passam por diversos obstáculos, como a falta de apoio da prefeitura da cidade com verbas e produção. Mas após uma performance polêmica no dia do “Ostras Coisas”, como foi nomeado, esses jovens tem sua vida diretamente afetada.

A fotografia reflete bem o ambiente universitário, de uma cidade que perdeu seu valor turístico. E além do festival, o filme tem como pano de fundo a crítica ao descaso da prefeitura em relação à violência contra a mulher, contra lgbts e a própria cidade, que sofre com enchentes e tem um dos maiores índices estupros do país. O diretor e roteirista, Daniel Caetano, junto com alunos de produção cultural recriou um episódio verídico e, ao mesmo tempo, acentuou as denúncias ao longo da história.

Entretanto Daniel Caetano pecou na construção de diálogos dos jovens, criando um estereótipo e generalizando, ao invés de diferenciá-los e fazê-los parecerem reais. As conversas são vagas e repetitivas, e isso impediu os atores, não profissionais, de se encaixarem no papel de forma que representassem realmente a geração. Para um filme profissional isso acaba se destacando de um jeito ruim do enredo, e soa falso.

O que se vê na tela é a representação de uma realidade que não tem o final feliz. Por ser um filme independente, ou seja, que não têm interferência de uma grande empresa de cinema, o diretor usa a tela para unir arte e protesto. Da mesma forma que acontece com o festival que os personagens criam e produzem ao longo da história.

Ana Beatriz Bernardo – 6º período