Pela primeira vez na ArtRio, a mostra Brasil Contemporâneo exibe produções dos mais variados estados

Ser um espaço cada vez mais democrático é o desejo da ArtRio em 2018. A 16° edição da Feira de Arte Internacional do Rio de Janeiro inaugura a mostra Brasil Contemporâneo, que busca trazer artistas e exposições estabelecidas ou que surgiram fora do eixo Rio-São Paulo. O evento aconteceu no último fim de semana (27 a 30 de setembro) e atraiu grande público na Marina da Glória, que pode aproveitar algumas das paisagens mais famosas da cidade.
Para muitos expositores, estar presente na ArtRio traz uma experiência indescritível. É o caso da galeria Aura, que abriu no ano passado unidade em São Paulo, mas é original de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Para Ligia Tirone, diretora comercial do local, é a chance de mostrar a grande diversidade cultural do país. “O eixo Rio-São Paulo é muito forte em tudo, mas o Brasil é gigantesco e é importante olhar para o que é produzido em outras regiões”. Isso é mostrado, inclusive, em Lilian Maus, artista responsável pelas obras: ela é natural de Salvador, na Bahia, mas fincou raízes na capital gaúcha.

Além de Lilian, outros nordestinos se encontram no evento. Eduardo de Santos, que hoje mora no Rio mas que vem de Fortaleza, no Ceará, é um deles. Ele é um dos autores da “Sem Título Arte & Ópera Arte”, que divide com o mesmo as origens cearenses. Inclusive, Eduardo já esteve na ArtRio por outras exposições, mas nunca por essa, que é composta por desenhos que representam ideias de abrigo e deslocamento. Para ele, oportunidades como essa têm o poder de reduzir isolamentos históricos. “É importante para dar visibilidade, mas também para nos afirmarmos com sujeitos importantes para a arte contemporânea”.
Iniciativas como a Brasil Contemporâneo são proveitosas também para o público. Para Ligia Tirone, as galerias ainda são lugares um pouco difíceis de frequentar, mas que se começa a entender que a arte é acessível, tanto em museus como a comercial. “Pela movimentação no circuito a gente percebe o movimento só crescer. Aqui no Rio, por exemplo, há muito interesse em saber cada detalhe das obras”, explica. Além disso, o sucesso que tem sido essa edição da Feira mostra que a arte ainda encontra espaço na programação cultural dos brasileiros.
Lucas Motta – 7º período
Gostei muito da matéria sobre a VestRio.
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