
“Escobar: A Traição” é mais um capítulo das histórias envolvendo Pablo Escobar. O enredo desta vez concentra-se em um romance do traficante com a jornalista Virgínia Vellejo. Após ser entrevistado por ela, os dois iniciam um caso que acaba custando caro para ambos. O filme é baseado no livro “Amando Pablo, Odiando Escobar”, escrito por Vellejo e lançado em 2007.
A história é contada a partir de 1983 e narrada pela jornalista. Durante boa parte das cenas, a grandiosidade dos esquemas e manobras de Escobar é apresentada de uma maneira atraente. Em alguns momentos do filme é inevitável não torcer por Patrón, assim chamado por seus fiéis seguidores. Oscilando entre o carisma e um lado obscuro, o Pablo Escobar interpretado por Javier Bardem é um anti-herói.
Penélope Cruz consegue tranquilamente envolver e prender a atenção no papel de protagonista. A atriz é capaz de viver a inteligente e carismática jornalista e também a frágil e insensata amante. Outro destaque fica para Julieth Restrepo, como a esposa traída e angustiada. Bardem aposta em um tom sério e frio para viver Pablo e acerta em cheio.
Apesar de não trazer nada novo, apenas mais um ponto de vista da vida de Escobar, a história contada por Virgínia é interessante. O filme permite entender o que era viver ao lado do famoso traficante e as consequências disso. As cenas de violência, muito bem editadas, chocam e mostram o lado sombrio de Escobar, quebrando o encanto dele conquistado ao longo do filme.
Junior Almeida – 3º período