Família em pauta

Mãe e filha marcam presença na Mesa Redonda para bate papo sobre reconfiguração familiar e desafios da adoção

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Fotografia: Tayane Fernandes

As novas configurações familiares estão crescendo e recebendo reconhecimento na sociedade. Por ser um tema atual, não poderia ficar de fora da XXI Semana de Psicologia, realizada na Universidade Veiga de Almeida do Campus Barra. A Mesa Redonda reuniu, na última quinta-feira (31/08), a ex-aluna e psicóloga clínica, especializada em terapia de família, Tarsila Takahashi, e a fundadora do grupo de apoio Rosa da Adoção, terapeuta de família e casal e também mãe de Tarsila, Sylvania Morani, para baterem um papo descontraído com os futuros profissionais da área sobre um assunto tão importante, mas ainda cercado de tabus.

Ao longo da palestra, foi reforçada a ideia de como um filho inaugura uma nova família. Entretanto, diferentemente do estereótipo padronizado de uma configuração tradicional – mãe, pai e filhos – foi incessantemente debatido como outros tipos de família também podem realizar seu sonho de ter uma criança, como os casais homoafetivos, os inter-raciais ou até mesmo um(a) solteiro(a). Diante de toda essa pluralidade, o que ambos têm em comum é o desejo de um filho para começar sua jornada. Nesse caso, para Sylvania Morani, a adoção é a melhor forma. “O mundo adotivo é tão importante, pois ele abraça todas as estruturas, todas as diferentes formas de constituição familiar”.

O processo para realizar esse sonho, no entanto, não é um período fácil para os pretendentes a futuros pais. “A adoção é uma gestação afetiva e sem tempo de preparo. Os candidatos chegam muito desinformados e ansiosos, pelo fato de terem vindo de tentativas fracassadas de ter um filho de uma forma biológica ou por não saberem o que esperar”, conta a terapeuta. Além de ter um andamento demorado, primeiro, o casal ou pessoa deve frequentar um grupo de apoio e participar de quatro reuniões obrigatórios. Em seguida, tem a abertura do processo de habilitação que deve ser feito na Vara da Infância. A partir desse momento, o tempo é o principal vilão até que se encontre a criança ideal para o perfil familiar.

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Da esquerda para direita: Tarsila Takahashi, Monica Dias (coordenadora de Mesa) e Sylvania Morani. Fotografia: Tayane Fernandes

Para acolher esses futuros pais, estressados e inseguros sobre os seus futuros ainda incertos, nasceu o grupo de apoio Rosa da Adoção, localizado na Barra da Tijuca. A fundadora Sylvania Morani conta que a principal finalidade da ação, desde seu surgimento há 10 anos, é construir uma rede de apoio psicológico para todos os interessados em adotar, mas que infelizmente não recebem a devida informação. Lá, assuntos pertinentes são debatidos nas reuniões e todo relacionamento é feito no intuito dos participantes continuarem com um vínculo ao grupo. “Todo mês eles se energizam de novo, se abastecem da fertilidade, porque é um lugar fértil de muito energia positiva e afetiva”, conta Sylvania.

Lugares como esse, que têm papel fundamental no mundo adotivo e que carregam um tema tão nobre, merecem espaço para reconhecimento. “É uma forma da gente validar essas famílias, delas aparecerem com alegria e com orgulho”, diz Sylvania. E, poder apresentar o tema, ainda muito excluído do currículo escolar, a futuros profissionais da área, é outra forma de empoderar um assunto que, segundo Tarsila, é muito visto dentro dos consultórios terapêuticos especializados em família. Para ela, um assunto extremamente atual e que diz respeito a todos nós, deve ser discutido incessantemente, já que “todo mundo nasce, cresce e morre em família”.

Tayane Fernandes – 6º período

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