O curso de psicologia realizou, nesta última quarta feira, o XIII evento da Luta Antimanicomial, promovendo um dia inteiro de atividades em prol da causa

O campus Barra da Universidade Veiga de Almeida promoveu, nesta quarta-feira, o XIII evento da Luta Antimanicomial. O objetivo é desconstruir o termo “manicômio” por meio de palestras, debates, exibição de filmes relacionados com o tema e números musicais. O bloco carnavalesco Loucura Suburbana, formado majoritariamente por usuários de saúde mental, canta a favor da liberdade e contra o preconceito.
Essa é a ideologia do Instituto Municipal Nise da Silveira, antes chamado de Hospício Pedro II. O intuito da luta é romper os muros do instituto e transformar o preconceito contra a loucura em admiração e respeito. Para atingir esse objetivo, são formados grupos para oficinas como a de cultura – onde o bloco é produzido – de percussão, adereços, música e literaturas. Segundo a organização, o importante é mostrar para quem está de fora que os usuários de saúde mental também podem ser integrados na sociedade.
Nise da Silveira, psiquiatra e defensora da luta antimanicomial, também tinha esse ponto de vista. Ela trabalhou para que o tratamento psiquiátrico fosse mais humanizado, utilizando a arte como ferramenta. Ainda hoje, sua filosofia é difundida. Na opinião de André Cabral, intérprete do bloco carnavalesco, o resultado das oficinas é um legado deixado por Nise. “Vir mostrar isso dentro de uma universidade, um lugar onde as pessoas estão ávidas pelo conhecimento, é romper os limites do hospital e mostrar que nosso trabalho está dando certo. Essa é a nossa luta, mostrar que somos capazes”.
A psicóloga e integrante do debate Sandra Chiabi também tem essa linha de raciocínio. Ela afirma que é importante trazer esses eventos ao campus para gerar uma reflexão. “Precisamos trazer o sujeito para a sociedade e fazer com que ele crie laços”. Sandra reitera que essas questões não precisam ser apenas discutidas dentro da faculdade, afinal a intenção é conscientizar a todos desse movimento.
Essa luta é comum a todos os usuários de saúde mental. Adilson Tiamo aprendeu a escrever sambas e cantar. Mesmo com todos os problemas em sua família, ele reforça que a música é indispensável em sua vida e que é necessário sempre extrair o bem de todo acontecimento ruim. “Levo minha vida cantando. Quando você está bem, a família precisa de você. Quando está mal, eles te descartam. A gente tem que ver o lado bom das coisas, afinal no lixo também nascem flores”.
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