Moradores do Recreio dos Bandeirantes relatam suas vivências com o esporte

Criado nos Estados Unidos, em 1895, o voleibol atravessou gerações, e ao longo das décadas conquistou tanto esportistas profissionais quanto jogadores casuais. No Brasil, o vôlei de praia é particularmente popular, e faz parte da história nacional. Com exceção das Olimpíadas de Tóquio, em 2020, as equipes brasileiras estiveram em todos os pódios olímpicos da modalidade na areia — desde que entrou para os Jogos em 1996.

Longe do cenário profissional, um coração tocado pelo vôlei (especialmente o de praia) é o de Matheus Oliveira Pereira Felix, estudante universitário, 20 anos de idade. Matheus treina pelo menos três vezes na semana, às segundas, quartas e sextas, pela manhã; e afirma já não conseguir mais se imaginar sem a prática do esporte. “Além de eu gostar muito, virou rotina, sabe? Aí, se do nada, tivesse que parar, por algo como um problema no joelho, eu não saberia o que fazer”, completa.

O universitário joga há anos, e desde 2021 faz parte do mesmo centro de treinamento (“CT”), localizado perto do Posto 11, na praia do Recreio dos Bandeirantes. O tempo investido na atividade traz retornos, segundo Matheus: “Cara, o vôlei te deixa mais disposto. É um dos benefícios que eu mais sinto. Não me canso mais à toa. Querendo ou não, é um exercício que ajuda na resistência”.

Essa prática esportiva tem muitos lados positivos. Favorece a socialização, por ser um esporte em equipe, e ajuda principalmente no condicionamento físico. A modalidade de praia, em específico, possui um fator extra para auxiliar no exercício do corpo: o terreno. A movimentação na areia exige um esforço maior por parte dos atletas, consequentemente, contribui ainda mais para o fortalecimento da musculatura usada.

Carlos Alberto Vieira Ferrari — ou apenas Ferrari, para os conhecidos — tem 41 anos, graduação em educação física, e é instrutor de vôlei há duas décadas. Dono do CT no Recreio, o mesmo comenta que nos treinos, o condicionamento é tão valorizado quanto o esporte em si. “A gente faz bastante aquecimento, alongamento, né. A gente faz de acordo com a musculatura que vai ser trabalhada no dia. ‘Ah, hoje vamos trabalhar bastante ataque’, então o foco vai ser nos braços, pois você faz muita força com os braços para atacar”, detalha o professor.

No entanto, tão importante quanto o exercício, é a moderação. O esforço excessivo pode gerar lesões musculares, que sem o cuidado adequado podem se desenvolver e virar problemas maiores. Ouça no áudio abaixo a explicação de Ferrari sobre o tratamento dessas lesões:

Tendo em mente a preocupação com a saúde e a qualidade de vida, o instrutor de vôlei inaugurou no ano passado um projeto social relacionado ao voleibol. Ferrari oferece para as crianças menos favorecidas da região — Recreio, Terreirão, Vargem Grande, Vargem Pequena — treinos voltados para o objetivo competitivo, e possível carreira profissional. As aulas acontecem de segunda à quinta, e ampliam o acesso aos benefícios do esporte.

Qualidade de vida é prioridade também para Barbara Lacerda Chagas, auxiliar administrativa, de 46 anos. Nutrindo o amor pelo vôlei desde a infância, Barbara precisou interromper o passatempo após o fim do Ensino Médio. A rotina de trabalho e a correria do dia-a-dia ficaram no caminho.

Mas, em 2019, ao levar o filho para se matricular no CT de Ferrari, a paixão falou mais alto, e decidiu resgatar a prática. “Eu vim pra evoluir. Comecei no quarteto, agora passei pra parte de dupla; tô melhorando. Eu acho que é uma satisfação minha, voltar a fazer vôlei. É evolução pessoal, mesmo”, acrescenta a auxiliar.

“Não consigo me ver sem praticar. Porque eu vivo esse esporte 24h. Eu venho jogar de manhã; de tarde, no trabalho, na hora do almoço vejo vídeos para melhorar; à noite, assisto partidas de vôlei. Entãoo assim, não consigo. E pra mim foi uma conquista pessoal mesmo, eu virei a chave. Porque eu tinha deixado de fazer algo que eu amava, entrei no automático da vida, mas aqui eu me reencontrei. Voltei a minha origem, dentro de mim. Amo fazer vôlei, amo mesmo.”

Barbara Lacerda Chagas

Os benefícios dos exercícios físicos para a saúde mental

Entenda a importância da prática para uma vida saudável

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as atividades físicas devem ser feitas por todas as pessoas, não importa a faixa etária e nem se é portador de deficiência ou doenças crônicas (mulheres grávidas ou no pós-parto também precisam se exercitar). E a diferença entre os diversos grupos é a quantidade e a intensidade dos exercícios indicados para cada um. Ademais, o motivo para a recomendação da prática é devido aos benefícios que esta traz ao corpo; uma delas é a melhora da saúde mental.

Entre os benefícios está a melhora da autoestima. Isso acontece porque a prática regular de exercícios físicos estimula a liberação, produção e regulação de substâncias químicas no corpo, como a dopamina (neurotransmissor relacionado ao prazer e ao bem-estar), auxiliando na sensação de recompensa, que contribui para o aumento da valorização de si mesmo e do autocuidado. Além disso, o estabelecimento e superação de metas ajudam no crescimento da confiança e da satisfação pessoal.

Esses impactos são sentidos pela designer de interiores e historiadora da arte Karolinny Rocha, de 30 anos. A mulher faz musculação cinco vezes na semana e yoga duas vezes, e essa prática foi uma aliada na melhora do relacionamento dela com a própria imagem. Pois a aparência magra era um problema para a mesma e perceber que ela conseguiria alcançar um corpo que a agradasse mais — sem a pressa de ter a mesma constituição física da pessoa que se tem como referência — a fez sentir melhor consigo mesma. Além disso, as atividades a fazem ter foco, porque ajudam a esquecer um pouco dos acontecimentos ao redor dela, e aproveitar melhor o processo. “Quanto mais você vê que o seu corpo e a sua mente estão melhorando, mais você quer isso. Então, você vai aproveitando esse processo aos poucos e vai se acostumando com isso e vai virando um hábito”, contou.

Segundo o professor de educação física, Fabricio Bruno Cardoso, as atividades físicas melhoram o funcionamento das áreas do sistema nervoso que são relacionadas à tomada de decisão, processamento de informações e concentração, e podem ter um impacto positivo em algumas doenças (mesmo naquelas que têm componentes genéticos), como a ansiedade, o Alzheimer e o mal de Parkinson. Os exercícios podem prevenir e minimizar o desenvolvimento das enfermidades, melhorando assim a qualidade de vida dos portadores. Por exemplo, uma pessoa corporalmente ativa que tenha Alzheimer vai apresentar os sintomas em idades mais avançadas quando comparada com indivíduos não ativos. “É importante destacar que o sistema mental é plástico e moldável. Isso significa que hábitos de vida saudáveis e estratégias de cuidado mental podem influenciar positivamente a saúde mental, mesmo em indivíduos que possuem predisposição genética”, mencionou.


Entretanto, os exercícios físicos não ajudam se forem feitos sozinhos. A prática só será benéfica se for feita regularmente (ter uma rotina é de extrema importância), possuir uma boa alimentação (uma dieta balanceada ajuda a abastecer a energia) e respeitar os limites do próprio corpo (as pessoas têm diferentes níveis de equilíbrio, flexibilidade, força e resistência, por isso o ideal é ter o acompanhamento de um profissional de saúde). Outro fator importante é a boa qualidade do sono, ademais um dos benefícios da atividade física é a regulação hormonal que ajuda a regular o sono do indivíduo. 

Juliana Vilete — 4°período

Pedro Lima — 4° Período

Uma resposta para “Prática do vôlei de praia traz benefícios para o corpo e aumenta a qualidade de vida”.

  1. Avatar de LUCIMAR DE OLIVEIRA
    LUCIMAR DE OLIVEIRA

    Bom dia!
    Esse é um tema que sempre deve ser falado.
    Gostei Pedro e Juliana.
    Que todos possam fazer alguma atividade física.
    Abraços.

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