O evento discutiu sobre o direito animal e ética do profissional que atende este grupo
Os cursos de Medicina Veterinária e Direito organizaram palestras na manhã desta quinta-feira, 11 de maio, no auditório da Universidade Veiga de Almeida, campus Barra para abordar o tema: Direitos dos animais e a ética do médico veterinário e as relações sobre abandono e maus-tratos com os animais, como punir quem faz e como evitar que esses animais sofram.
Os palestrantes ressaltaram alguns temas de importância social, inclusive o crescimento de adoções de animais no país. Para eles, esse crescimento foi por conta da pandemia, visto que muitas pessoas estavam isoladas em casa. O sentimento de tristeza e medo pelo coronavírus fez com que o isolamento atenuasse a falta de carinho e amor dada por amigos e familiares, com isso as pessoas começaram a adotar animais pela necessidade do afeto e para suprir a solidão causada pelo isolamento social obrigatório.
As ONGS, autoridades e pessoas que lutam pelas causas animais deixam claro a todo instante que a adoção ou compra de um animal é algo que precisa ser muito bem pensado, porque a vida deste ser não dura apenas meses, será uma escolha de anos e muitas vezes ajustes na vida da família deverão ser feitos para manter o bem-estar desse animal. Mas muitas pessoas não pensam nisso, o que causa o abandono ou maus-tratos.
Segundo Marcelo Pereira, Biólogo e Chefe da Coordenadoria Especial de Direitos dos Animais em Niterói, há um grande número de gatos e cachorros vagando atrás de comida e abrigo pelas ruas, além da reprodução desordenada, o que acarreta o aumento dos animais em situação de rua. “Alguns projetos tentam diminuir os números negativos deste caso, mas parecem estar enxugando gelo, porque sempre que um animal é resgatado outro nasce na rua ou é abandonado nela”, afirma Marcelo.
Além dos casos de abandono, há também o caso de maus-tratos por profissionais da área da Medicina Veterinária. Há relatos de animais que sofreram em internações, pós-cirúrgicos e até mesmo casos de mortes em pets shops no processo de banho e tosa.
Logo, após a pandemia o número de animais abandonados voltou a crescer, os palestrantes acreditam que isso ocorreu porque as pessoas voltaram aos hábitos de vida normal e não tiveram mais tempo e a falta de responsabilidade fez com que os animais voltassem para as ruas.
Marcelo Pereira, falou também sobre a importância de movimentos voltados à proteção animal para acabar ou até mesmo diminuir a proliferação de animais de rua. “Para resolver, temos a questão da castração em massa, da castração para pessoas carentes, a questão de capturar os animais, esterilizar e devolver aquele animal comunitário, aí sim a gente vai conseguir minimizar essa procriação de rua, em conjunto com a adoção responsável”, afirma o biólogo.
Fernanda Campista, Médica Veterinária e Advogada, comentou a respeito da Comissão de Ética dos Médicos Veterinários e sobre as denúncias que precisam ser feitas para que o Conselho saiba o que está acontecendo. Confira no áudio abaixo:
Alice Tato Haas, estudante do primeiro período de Medicina Veterinária, acredita na importância desse espaço que discute os projetos voluntários de animais. “Eu acho que essa palestra foi muito importante para a gente ter mais acesso a informação para o voluntariado. Eu acho que educação tanto sobre os sobre os animais, quanto a relação que os animais têm com as pessoas é muito importante, então realmente tem que divulgar esses projetos para o melhor convívio possível entre humano e animal”.
Vinicius Zakhm – 7° período