Semana Fashion Revolution visita a UVA Barra

Evento debate novas soluções para problemas da indústria da moda

O movimento Fashion Revolution esteve presente no campus Barra da UVA no dia 26 de abril, com palestra sobre “Design Sustentável & Tecidos vivos”. Ministrada pela professora do curso de design de moda da universidade, e Mestre em ciências do meio ambiente, Lucilia Ramos, o encontro abordou temas como a poluição da indústria têxtil, relação do ser humano com a natureza e como buscar um futuro com menos impactos ambientais.

Criado após o desabamento do edifício Rana Plaza — centro de produção têxtil em Bangladesh, no ano de 2013, que deixou mais de 1100 mortos — o Fashion Revolution age ao redor do mundo em mais de 100 países, promovendo a educação e mobilização de consumidores e produtores da indústria da moda em prol de condições de trabalho mais éticas e processos mais sustentáveis.

A iniciativa no campus Barra foi de Rayene Arruda, 29 anos, estudante do último período de moda e embaixadora da Fashion Revolution na UVA. Rayene conta que ainda no início do curso ficou sabendo que a posição de embaixadora estava em aberto, e como já conhecia o grupo, se inscreveu para o cargo. “Eu acho que tanto os prejuízos, quanto as coisas boas que a moda traz precisam ser falados”, acrescenta a estudante.

Dentre as reflexões, a sustentabilidade foi apresentada em todo o seu macro significado, como a relação ao estilo de vida, que vai além de apenas comprar produtos ditos como ecológicos e o envolvimento com o respeito ao meio ambiente, ao próximo, e tudo que está inserido na natureza. 

Para a professora Lucilia, não cabe mais pensar em produção sem preocupação com o meio ambiente. Apresentando conceitos como “biomimética” e “biodesign”, a educadora explicou como o ser humano pode se inspirar em outros seres vivos para criar tecnologias práticas e que agridam menos a natureza — mencionando os “tecidos vivos” que dão nome ao evento.

O termo “tecido vivo” comumente designa novas tecnologias têxteis, que experimentam a fabricação de peças com fungos vivos, que fazem fotossíntese e são biodegradáveis. Porém, para Lucilia, o termo pode ser usado também para falar das técnicas de costura e criação de roupas que refletem a cultura de um povo e seu respeito pela natureza. Confira abaixo a explicação na íntegra:


Nesse quesito de técnicas, Lucilia alerta que mudanças devem ser feitas não apenas na escolha da matéria-prima da produção, mas também na maneira como é utilizada.  A professora menciona o algodão (que é orgânico) mas que gera consequências no solo, água e ar graças ao processamento do material. “O design deveria caminhar junto com a sustentabilidade”, completa a profissional.

Eventos desse tipo em ambiente universitário reúnem pessoas com olhares diferentes sobre a moda em uma mesma discussão, sejam elas futuros profissionais ou apenas consumidores. Afinal, cada esforço conta para mudar realidades como o descarte de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis nos últimos anos, como relata a ONG Global Fashion Agenda.

É por essa reunião de olhares que a estudante Rayene diz que ser embaixadora é recompensador. “Quando alguém chega pra mim e fala ‘nossa a palestra foi incrível’, ‘o workshop foi muito bom’, eu fico satisfeita que consegui plantar uma sementinha, pra trazer as pessoas pra perto e conseguir criar soluções”, conclui a universitária.

Pedro Lima – 4º Período

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