Agência UVA Barra Assistiu: Nintendo e eu

Distribuído pela Pandora Filmes, “Nintendo e Eu” tem a direção assinada por Raya Martin (“Independência”), eleito um dos 50 cineastas mais importantes com menos de 50 anos pela conceituada revista CinemaScope, e o roteiro por Valerie Castillo Martinez, cineasta filipina-americana que fundou a empresa IndieFlip com o objetivo de fazer filmes com a temática dos sub-representados e das temas transculturais. O longa foi exibido na Mostra Generation Kplus (Festival de Berlim) e chega aos cinemas brasileiro no dia 27 de abril.

Foto: Divulgação

A história se passa no início dos anos 90 e tem como protagonista Paolo (Noel Comia Jr.), adolescente rico e superprotegido pela mãe. Apaixonado por videogames, o jovem e os três amigos têm que sair de casa para passar o tempo depois que energia elétrica por toda a Filipina é cortada devido a uma série de terremotos que causam a erupção do vulcão Pinatubo.

O longa aposta na nostalgia e trás diversos jogos da Nintendo para conseguir evocar esse sentimento no espectador. A equipe do filme acertou ao usar sons de jogos como efeitos sonoros em algumas cenas, pois, além de auxiliar na criação da sensação de saudades, trouxe humor aos momentos. Uma cena que merece destaque é a volta de Paolo para casa. Uma analogia de que não importa o que o filho faça, a mãe está lá para ele.

O roteiro aborda muitas temáticas, como racismo, religião, classes sociais, homofobia e mães que cuidam de seus filhos sozinhas. Contudo, a história peca ao não se aprofundar em nenhuma dos assuntos citados e, consequentemente, faz com que eles não causem grande impacto no enredo. A trama também traz um paralelo entre o crescimento masculino e o feminino, evidenciando que as garotas amadurecem mais rápido. Vale destacar que alguns espectadores podem se sentir incomodados com algumas atitudes imprudentes e nojentas que adolescentes meninos fazem na tentativa de se provar para o mundo.

Apesar de ter um leve toque de fantasia, o longa busca uma história mais realista e por esse motivo a maioria das cenas se passam em ambientes externos e, nos poucos momentos onde os personagens estão no interior de um edifício, a luz vem por intermédio da janela (dia) ou lanternas e abajus. O uso dessa iluminação mais natural e realista à época dá mais credibilidade e autenticidade às filmagens. Em relação aos planos usados, o filme não utilizou um enquadramento com mais ênfase do que os demais. Metade das cenas foram gravadas distante do personagem para permitir à visão do entorno da pessoa (o ambiente, os objetos e os indivíduos que a cercam no momento), já na outra parte é possível analisar melhor as nuances das características de um artefato ou expressões de alguém pois a câmera está mais perto do objeto ou personagem em questão.

“Nintendo e Eu” é um filme para relembrar a adolescência dos anos de 1990. E, apesar de não ser um produto visual cansativo, o crescimento adolescente não é uma narrativa incomum em longas e esse não possui nada que o destaque muito dos outros filmes de mesma temática. Seu único diferencial é as características da cultura filipina que estão presentes na trama. O filme estreia nesta quinta-feira, 27 de abril. Assista ao trailer:


Juliana Vilete – 4° período

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