Rio2C discute as Inteligências Artificiais e os impactos na comunicação

Novos mecanismos são menos capazes do que parece, mas têm sua utilidade

Inteligências Artificiais (ou IAs) como “Midjourney” e “chatGPT”, lançados em 2022, impressionam pela capacidade de montar imagens e textos complexos de maneira rápida, apenas com o pedido de um ser humano. E essa capacidade de produzir sem demora e aparentemente com eficácia gerou uma discussão entre profissionais da área criativa sobre os limites de atuação do homem e da máquina. 

Esse foi um dos tópicos abordados por cientistas da computação, jornalistas, roteiristas, diretores e profissionais premiados da indústria criativa no Rio2C, o maior evento de criatividade da América Latina. 

Dentre diversos painéis e palestras, ocorridos de 11 a 16 de abril, a pergunta “Vou ser substituído por uma máquina?” acalmou os profissionais com a resposta não. 

Para Domenico Massareto — premiado como Profissional de Criatividade do Ano em 2018, e fundador da assistente de criatividade “Rain Creative A.I.” — as inteligências artificiais são mecanismos que potencializam o profissional criativo e não tomam o lugar. “Todo mundo tem uma câmera, mas não acabaram os fotógrafos”, compara o especialista.

A plataforma “Rain Creative A.I.” é classificada por Massareto como uma “máquina de brainstorm”. Ao fim do painel, Domenico fez uma breve demonstração com a audiência para ilustrar como a Inteligência Artificial analisa um tema proposto e dá ideias, entretanto, é o humano que avalia se são úteis, e as desenvolve, se for o caso.

Além disso, Massareto explica que as IAs não criam tão bem quanto aparentam, e que quando um ponto precisa ser bem trabalhado, o profissional ainda será a melhor opção.

Isso acontece pois IAs são treinadas a dar a resposta mais correta possível para um pedido ou pergunta — baseado apenas no que lhes é apresentado como fonte, sem levar em conta contextos externos. O que impede que copiem de fato a sensibilidade humana.

É por causa dessa falta de sensibilidade e do fato de que só produzem baseado no que já aprenderam a partir de instruções, que o verdadeiro questionamento em torno das máquinas não deveria ser se elas podem ocupar um posto de trabalho, mas sim como os profissionais farão uso delas.

Para Clarissa Astigarraga, Diretora de Criação Associada na agência de publicidade iD\TBWA — que produziu as peças publicitárias para o aniversário da cidade de São Paulo usando tecnologia de inteligência artificial — esses mecanismos podem ser usados tanto positivamente quanto negativamente. 

Ouça aqui a explicação na íntegra:

Fake news, ou mentiras, não surgiram nos tempos modernos. E mesmo que IAs ampliem o alcance dessas mentiras, ou automatizem a desinformação, o trabalho verificador de um jornalista terá muito mais impacto que um texto robótico engessado. Dessa forma, as tecnologias de IA abrem espaço para agilizar tarefas da rotina profissional, quando usadas corretamente. “Eu acho que para trabalhos menos complexos, a inteligência artificial resolve”, conclui Clarissa.

Pedro Lima – 4° período

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