Agência UVA Barra Assistiu: As histórias de meu pai

 A adaptação do livro “Profession du père” de Sorj Chalandon, que recebe o título brasileiro de “As Histórias de Meu Pai” vira filme e tem a direção de Jean-Pierre Améris (A Linguagem do Coração). A estreia oficial será no dia 09 de fevereiro, após uma exibição no Festival do Rio de 2022.

Foto: Divulgação

A produção retrata a influência do comportamento dos pais no desenvolvimento social dos filhos, abordando transtornos psicológicos que são intensificados pela complexidade de um conflito bélico.

O longa retrata a França de 1961, no contexto da Guerra da Argélia. Émile (Jules Lefebvre) vive com os pais, e têm a vida transformada à medida que o pai (Benoît Poelvoorde) se coloca como um membro importante da política do país europeu e influencia o menino a realizar uma missão para salvar a pátria argelina. Fato que pode gerar consequências drásticas para a família do garoto.

A trama aborda a mitomania entre um momento sensível da história francesa, o transtorno no qual a pessoa  passa a contar mentiras sobre fatos, acontecimentos e situações de forma compulsiva com a intenção de gerar aceitação social e respeito. O distúrbio é potencializado por um contexto geopolítico instável reverberado no país europeu  que impulsiona o encontro de um jovem ingênuo e imaturo e um mitômano, sendo o ponto central de discussão do filme.

A produção mescla a comédia com o drama. Enquanto traz leveza nas histórias mirabolantes do pai e mostra cada vez mais o protagonista investido e fazendo de tudo para fazer vontades do pai. O drama se faz presente nos abusos do pai que levanta a voz e se faz valer da autoridade se tornando abusivo, as dificuldades da mãe em se portar com um marido tão afetado e ter que lidar com a grande influência que ele exerce sobre o filho. 

A vida escolar de Émile também é abordada nos mesmos moldes, mostrando questões sensíveis como o bullying, o peso dos pais no desempenho escolar, a preocupação dos professores por comportamentos destoantes contrastando com momentos lúdicos de descobertas e amizade.

O filme investe em planos fechados que destacam os personagens e as expressões corporais deles em relação aos ambientes. A direção de arte e os figurinos remetem ao período demarcado e contribuem na imersão da história. A fotografia é sóbria, existe um realce que destaca a visualização dos personagens.

O elenco apresenta atuações comprometidas, Benoît Poelvoorde apresenta equilíbrio entre o jocoso e o ameaçador. Jules Lefebvre e Audrey Dana emitem camadas e reforçam o percurso psicológico dos respectivos personagens.

“As Histórias de meu pai” é uma comédia dramática que se apoia em um tema central não usual e traz reflexões universais que têm o potencial de dialogar e despertar pensamentos por parte do espectador.

O filme estreia dia 9 de fevereiro nos cinemas. Assista ao trailler!

Márcio Weber – 2° período

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