Os prejuízos que o uso prolongado do celular causa ao sistema locomotor

Conheça alguns desses problemas e exercícios para aliviá-los

Apesar do celular ser um item que facilita a vida de muitas pessoas no cotidiano, ele se tornou um vício para muitos. Segundo o relatório “State of Mobile 2022”, o Brasil ocupa o primeiro lugar, na lista dos 17 países analisados, que mais utilizam o celular. O brasileiro passa, em média, quase cinco horas e trinta minutos no aparelho, valor superior a média mundial de 4 horas e 48 minutos. Além de ultrapassar os números registrados em 2019 e em 2020.

Esse aumento é diretamente proporcional ao crescimento de indivíduos com problemas de saúde, pois o uso excessivo do smartphone é prejudicial ao corpo de várias formas, dentre elas estão os problemas ortopédicos. Este é o caso da estudante de jornalismo Isabella Costa, de 20 anos. A dependência do aparelho tecnológico causou à jovem dores na mão, principalmente nos dedos mindinho e indicador, onde apoia o aparelho eletrônico. Isabella nunca procurou um médico por isso. “É algo momentâneo, tem dias que eu acordo com algumas dores no dedo, algumas dores esporádicas. Mas eu consigo lidar com isso”, afirmou.

O sistema locomotor da aluna de história Raquel Duarte, 19 anos, também apresenta danos. O uso excessivo do telefone (para estudo e entretenimento) causa dores no braço e na mão que ela utiliza para segurar o aparelho. De acordo com a universitária, quando esses males aparecem, eles são persistentes. “Normalmente ignoro a dor até precisar deixar mesmo o aparelho de lado”, acrescentou.

Segundo o fisioterapeuta José Luis Junior, o corpo humano é uma máquina que foi feita para se movimentar. Porém, a partir do momento em que o indivíduo diminui a quantidade de movimento a favor de permanecer em uma determinada postura, ele pode adquirir uma ou mais alterações. Essas podem ser dores – às vezes acompanhada de dormência –  na região cervical (do pescoço), do trapézio, nos ombros, cotovelo, punho, mãos e/ou coluna.

O profissional falou sobre a importância da atividade física para que o corpo esteja em movimento. Ouça no áudio abaixo:



O especialista também mencionou a postura curvada que muitas pessoas adotam quando usam o telefone. Ela é comum porque é mais fácil adotar uma posição confortável para os membros superiores, mantendo o aparelho na altura das mãos e a cabeça para baixo, do que usar toda a musculatura do ombro para levantar o celular no nível dos olhos. O uso por dois minutos é o máximo de tempo que alguém consegue ficar sem se cansar nessa posição. 

A jovem aprendiz e estudante de jornalismo Júlia Gabriela, de 21 anos, sofre com dores no pulso e nas costas. A universitária usa o telefone o dia inteiro para se comunicar com outras pessoas, no trabalho e para entretenimento. Júlia sabe que não está na postura correta, mas senta com curvada, seja no sofá ou na cama. “Minha mãe sempre fala ‘senta direito, isso pode prejudicar a coluna’. Então eu boto um travesseiro, mas, às vezes, dá uma preguiça e acaba escorregando”, complementou.

O uso prolongado do celular também prejudica problemas já existentes. O indivíduo que já tem uma lesão ou uma predisposição, com a utilização do aparelho tecnológico, mantendo uma postura inadequada e sem fazer nenhuma atividade física para tentar minimizar os danos, vai ter esses prejuízos agravados. Além disso, esse excesso também ajuda no desenvolvimento da tendinite, uma inflamação do tendão que, normalmente, pode ser gerada quando há a execução de um mesmo movimento várias vezes durante muito tempo, como a ação de digitar. 

A estudante de publicidade Tuane Farinazzo possui tendinite. O uso excessivo dos objetos eletrônicos contribuiu para a lesão e só foi descoberto quando a garota tinha entre 14 e 15 anos, em uma visita ao médico após sentir dor constantemente sem ter  se acidentado. Hoje, aos 22 anos, ela toma anti-inflamatórios nos períodos de dor e, se estiver atrapalhando suas atividades, Tuane vai ao ortopedista.  

Se a pessoa estiver sentindo muita dor, a indicação é procurar um médico. Mas se for apenas um incômodo, o recomendado é, dependendo do conteúdo que esteja vendo, projetar esse material em algum lugar na altura dos olhos, em uma televisão por exemplo, para minimizar as dores ou até mesmo evitá-las. Para preservar o sistema locomotor, a postura mais adequada seria utilizar o celular com os cotovelos apoiados em uma superfície (como uma mesa), assim a pessoa estaria com os membros superiores relaxados e não teria que se inclinar tanto. 

Mas caso não seja possível, o indivíduo deve evitar ficar por muito tempo na posição curvada. E, se não tiver outra alternativa, deve fazer intervalos e caminhar um pouco e se alongar. Para tentar dar mobilidade a essa região corporal. Também é importante tentar minimizar o tempo de exposição ao telefone.

Além disso, os alongamentos não precisam ser feitos apenas durante o uso do aparelho tecnológico, a pessoa também pode fazê-los antes. E alguns desses exercícios são: entrelaçar os dedos atrás do corpo e levantar os braços o máximo possível; mexer o pescoço de um lado para o outro em movimentos de inclinação ou rotação; movimento de X, encostar o queixo no ombro e depois levanta a cabeça em direção ao outro ombro; esticar o braço para frente e flexionar o punha para baixo e/ou deixar a palma aberta para cima e usar a outra mão para puxar os dedos para trás.

Juliana Vilete – 3° período

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