“Breve História do Planeta Verde“ é o novo longa do diretor e roteirista argentino Santiago Loza, que conta com a coprodução da brasileira Anavilhana, que possui uma vasta participação no mercado de cinema autoral. O filme que estreia no Brasil dia 1 de dezembro, já recebeu três premiações até o momento, entre elas, o Teddy Awards, conferido a filmes com temática LGBTQIAP+.

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O longa conta a história de três amigos, Tania (Romina Escobar), uma mulher trans, Daniela (Paula Grenszpan) e Pedro (Luiz Soda), que possuem uma relação de família entre eles. O ponto de partida do filme, se dá, no momento em que Tania descobre que sua avó, que acabara de falecer, mantinha um alienígena sob seus cuidados há anos, e que seu último desejo era que o pequeno ‘et’ fosse levado de volta ao lugar onde fora encontrado, para que pudesse voltar para casa.
A longa jornada que os amigos terão que percorrer para cumprir a missão, se torna um caminho de auto reflexão e cura, uma vez que cada um deles revela, ao longo da narrativa, possuir traumas e dores gerados pelas inúmeras dificuldades da vida.
A produção, que carrega uma proposta subjetiva, conta com uma narrativa mais lenta, com poucos diálogos e algumas cenas que parecem não conversar com o todo. Além de deixar o público um tanto confuso em alguns pontos no decorrer da história, com acontecimentos e aparições de novos personagens que não são justificados ao longo da ficção.
Apesar de ser uma fantasia, Loza uniu diferentes gêneros no filme, que caminha desde a comédia até o drama e suspense. No entanto, o melodrama é o que dá o tom da história, circundando todos os acontecimentos na medida em que cada personagem vai revelando suas tristezas e perturbações. O roteirista conta que inspirou-se em algumas características da vida de cada um deles para escrever muito do que é visto em cena.
Esse estilo também se apresenta por meio da fotografia que traz cores mais escuras e cenas mais frias.
O famoso extraterrestre é apresentado de forma amigável, possuindo uma pele roxa e grandes olhos pretos, como um desenho de criança. É explícito a precariedade dos efeitos visuais, deixando de lado a criação da sensação de “realidade” no público, o que segundo o próprio diretor, foi pensado para trazer certa poesia à linguagem.
Breve história do planeta verde não é um blockbuster. Ao ir até o cinema, o público precisa ter a consciência de que será preciso olhar para além do que está sendo mostrado e dito em cena, para capturar a mensagem que Santiago Loza quis passar. O filme estreia nesta quinta-feira, 1/12. Confira o trailler:
Gabriela Mota – 2° período