Agência UVA Barra Assistiu: Halloween Ends

O amedrontamento retorna à Haddonfield, cidade impactada pelos horrores cometidos por Michael Myers, conhecido por muitos como a personificação do próprio mal. A região estadunidense parece viver uma tranquilidade remota até que o impacto de um assassinato brutal desencadeia uma ode de paranoia e pavor em Illinois, fazendo com que a principal vítima de Myers, a sobrevivente Laurie Strode, tenha que confrontar definitivamente esta maldade incontornável. 

“Halloween Ends” parte de um premissa que acena com as temáticas dirigidas pelos outros dois filmes de David Gordon Green, Halloween (2018) e Halloween Kills (2021), respectivamente. Se o primeiro filme trata de um confronto inevitável do que antes parecia ter sido domado e o segundo estabelece o império e as implicações do horror, no qual amedronta e cria uma desordem e pânico aparentemente irremediável na comunidade, “Ends” ao mesmo tempo é sobre o retorno de um reino de terror e também tematiza a paranóia, o medo, o horror ao incontrolável, mas parece particularmente interessado em discutir as raízes e a gênese do mal em si.

Foto: Universal Pictures

O roteiro assinado por oito mãos investe em uma estrutura dramática que vai se desenrolando gradativamente. O espectador observa de forma gradual e lenta os rumos da trama, fazendo assim com que a progressão e as convenções de um filme deste gênero tenham uma desaceleração, especialmente comparado ao ritmo do antecessor.

Apesar de um tom que acena mais para conflitos internos, angústias e até mesmo de reflexões de um caráter filosófico, a obra de Gordon Green mantém os predicados que tanto cristalizaram a franquia, e mesmo com estas inclinações não há um abandono da essência de buscar o espanto, o medo e o desconforto diante deste mal imparável. Um exemplo disso pode ser visto em uma abertura particularmente inspirada.

Laurie Strode, a icônica personagem de Jamie Lee Curtis volta a ter ênfase e destaque na trama. Mesmo não conseguindo impedir as atrocidades, a vítima impressiona por ser uma sobrevivente depois de tantos embates de Myers em Haddonfield. Fragilizada mas com o mesmo ímpeto de justiça e a resistência habitual, é um dos principais trunfos do filme. O mesmo não pode ser dito à presença do “bicho papão” que entra com extrema discrição na trama e passa até mesmo a ser subaproveitado.

A direção enfatiza o tom do roteiro em trabalhar o terror a partir do drama, logo as cenas são exploradas com predominância para as reações. Ainda lembra como os sofrimentos individuais e a perturbação da comunidade deixam de ser meramente um conflito de filosofias de vida, mas sim um conflito pela sobrevivência pura. 

Marcado por decisões arriscadas e surpreendentes, “Halloween Ends” oferece momentos genuínos de horror e tenta consolidar o que foi construído na franquia, resta saber se as discussões e principalmente o rumo tomado na tela consolida as expectativas de encerramento para umas das franquias mais bem estabelecidas no imaginário popular do cinema, e as respostas não tem sido muito conclusivas.

O filme estreia hoje, 13/10, nos cinemas brasileiros. Confira o trailer: 


Marcio Weber – 1º período

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