Agência UVA Barra Assistiu: Abracadabra 2

Repaginar e introduzir novos contextos e personagens é sempre um desafio, especialmente se tratando de um intervalo de tempo considerável e um respectivo universo. Porém, nota-se em “Abracadabra 2″ um respeito e reverência com a sequência, na qual consegue conciliar com dinâmicas diferentes e o desenvolvimento de personagens para gerar reflexão de questões perpassadas pelo filme.

As amigas Becca, Izzy e Cassie, sem ter conhecimento prévio, acabam invocando as temidas Winifred, Sarah e Mary. As irmãs Sanderson voltam a assombrar Salem quase 30 anos depois das travessuras e malfeitorias. Quem precisa impedir uma passagem caótica no local são o grupo de amigas.

Foto: Disney

A maior virtude de “Abracadabra 2” é reconhecer o peso e impacto da obra original a partir do legado das personagens, mas não se furtando em trazer cenas dos filmes, recapitulações, e acima de tudo introduzir novamente de uma forma sutil o universo das icônicas irmãs. A obra apresenta detalhes das origens, características e particularidades das Sanderson. O roteiro não fica refém de ser uma muleta do original e se sai bem com um ritmo particularmente ágil e fluido, em que Becca, Izzy e em menor escala Cassie, têm o devido espaço de desenvolvimento.

Agilidade e fluidez convertida em humor e despojamento. “Abracadabra 2” abraça o cômico e propõe uma diversão com o típico humor de figuras deslocadas do tempo e realidade como o filme “Encantada”. O filme brinca com a inadequação de realidades e acima de tudo o comportamento destoante e exagerado das Sanderson, como também mantém um clima leve e razoavelmente cômico na interação de todos os personagens. Além do humor e piadas satíricas, o longa traz questões mais latentes à sociedade, como o sexismo e bullying, mas sem perder uma leveza e quebrar o tom da obra.

As performances musicais são um destaque à parte, especialmente, com uma interpretação enérgica e divertida de “One Way or Anoher” de Blondie, interpretada em uma cena particularmente feliz e acaba brincando com o impacto cultural de “Abracadabra”. Bette Midler comanda o elenco com espontaneidade e carisma, seguida de perto por uma particularmente inspirada Sarah Jay Parker que rouba as cenas em cada participação em um misto de tolice e vulnerabilidade, na qual cativam o espectador. A caricatura competente de Kathy Najimy convive com a interpretação igualmente cativante de Whitney Peak, a atriz que interpreta uma personagem com presença de espírito. Por fim, Belissa Escobedo e Lilia Buckham servindo boas adições à personagem central.

Divertido, despretensioso e coerente, “Abracadabra 2” volta depois da primeira versão do diretor Kenny Ortega em 1993. A atual obra de Anne Fletcher é vista tanto como uma homenagem quanto uma releitura sólida, dialogando com o material original e desenvolvendo caminhos e saídas para andar com os próprios pés. O filme já está disponível aos assinantes do “DisneyPlus”, uma plataforma on-line.

Confira o trailer:


Marcio Weber – 1º período

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