No mês em destaque, a conscientização e a atuação de serviços sociais são capazes de transformarem a vida de crianças e adolescentes
*Para preservar a integridade das fontes, as personagens dessa matéria, denominadas como Catarina Souza e Chloe Souza, são nomes fictícios.
18 de maio é o dia nacional de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. O mês marcado pela cor laranja, que ganhou visibilidade após a criação do perfil “@maiolaranja” na rede social Instagram no ano de 2020, faz um alerta sobre a importância de proteção às vítimas e denúncia aos agressores.
Catarina Souza é mãe de Chloe Souza de 6 anos e conta que decidiu procurar ajuda após perceber que sua filha teve algumas alterações comportamentais que não eram comuns em crianças. A menina apresentou reações como timidez, medo e agressividade devido ao acontecimento.
Com a chegada no ‘Instituto é ‘Possível Sonhar’ através da indicação de uma amiga, a mãe revela que recebeu ajuda psicológica para compreender a si mesma e também a filha. “Vejo minha Chloe melhorando dia após dia, mais feliz e alegre, seu comportamento e emoções mudaram, eu sou mais paciente comigo mesma e com a minha filha, vejo esperança”, relata Catarina.
A coordenadora de RH Isabella Cardeal explica que a ideia da criação do instituto veio da idealizadora e psicóloga Daniela Generoso, que após ter sofrido abuso sexual na infância encontrou a necessidade dessa ressignificação para as vítimas. A partir daí surge a ONG.
Isabella fala sobre o 1° acolhimento.
A coordenadora explica que o instituto oferece diversas atividades sociais para inserir a vítima no processo de recuperação. Como por exemplo: atendimentos psicológicos individualizados, aulas de reforço escolar, dança e atividades desportivas. O Instituto tem uma equipe de profissionais multidisciplinares como psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, pedagogos, neuropsicólogos e advogados. Ainda assim, há a utilização de um modelo de trabalho personalizado para atender a demanda dos pacientes.
A ONG funciona desde 2019 e já ajudou em média 400 crianças e adolescentes. Atualmente, 75 crianças são beneficiadas pelo serviço. “Nosso objetivo é expandir e suprir a demanda, alcançar quem de fato precisa, podemos e fazemos a diferença nessas vidas, não só contemplando o estado do Rio de Janeiro, mas o Brasil”, fala Isabella.
Para a psicóloga Barbara Cristine Wright da Silva, o acolhimento proporciona à criança e ao adolescente a liberdade e confiança no espaço terapêutico. Ela conta que esse ambiente é importante para receber queixa sem opiniões ou julgamentos que possam deixar a vítima constrangida a modificar o relato pessoal.
As sessões de psicoterapia acontecem de forma lúdica com crianças e adolescentes a partir de jogos, brinquedos, desenhos e brincadeiras que desenvolvam a imaginação. Com duração de cinquenta minutos, cada sessão é individualizada para pensar no bem estar do paciente. Elas ocorrem em um ambiente planejado para que a criança venha se sentir livre.
Psicóloga fala dos impactos da psicoterapia na vida das vítimas.
É possível compreender que o acolhimento humanizado é capaz de transformar a vida de inúmeras vítimas do abuso sexual, ao resgatar a esperança de um futuro. “A ONG proporcionou a muitas mulheres, crianças, adolescentes e todas as famílias um espaço de acolhimento, onde oferecemos além do acompanhamento psicológico, o auxílio para a reinserção dessas pessoas a sociedade, gerando um impacto positivo em todas as áreas da vida de cada um”, conclui Barbara.
Gabriela Machado – 5º período