Entenda os impactos desse hábito na vida dos pequenos que convivem com TEA (Transtorno do Espectro Autista)
O mês de abril é marcado pela conscientização do autismo, um período que pretende promover informações e alertar a sociedade sobre o transtorno de neurodesenvolvimento. O que pode ser uma ferramenta para beneficiar no tratamento de crianças ao lidarem diariamente com o espectro é a leitura, um hábito capaz de estimular a imaginação e o aprendizado.
A carioca Elisa Brum é mãe de Miguel Brum Barbosa, 7 anos. Diagnosticado com TEA, o primeiro contato da criança com os livros foi logo na primeira infância, ainda bebê com os exemplares lúdicos para a faixa etária. Ela revela que o menino aprendeu a ler sozinho aos 4 anos e que desde então enxerga nos livros uma grande companhia. “Usamos os livros para adaptar a matéria escolar já que ele gosta dos personagens e usamos uma história para explicar o que ele tem que fazer”, declara Elisa.
Apesar de Miguel utilizar o celular para assistir vídeos, a mãe conta que a criança já opta pela leitura na hora de se divertir. Os gêneros favoritos da criança são os quadrinhos, mais especificamente, a turma da Mônica. “Como eu não deixo o uso de telas livre, ele mesmo busca os livros como opção de distração”, acrescenta a mãe.
A psicóloga clínica infantil Luiana Coelho explica que o autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento. Caracterizado também por manifestações comportamentais, déficits na comunicação, na interação social, e pode apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.
A psicóloga fala sobre o estigma do espectro autista.
No universo literário, Luiana esclarece que atualmente existem exemplares sensoriais e visuais que ajudam as crianças a compreenderem o que é retratado nos livros. O que é uma contribuição na construção de vocabulário ao conhecer palavras novas e experiências sensoriais, além de explorar novas texturas por meio do toque. “A leitura influencia muito na possibilidade de uma nova experiência escolar para os alunos com TEA”, alerta a psicóloga.
A professora de ensino fundamental Estefanny Nascimento afirma que o desenvolvimento do hábito da leitura na infância estimula a criança a adquirir conhecimento de forma prazerosa e facilita também o processo de alfabetização. Outro efeito é o exercício da imaginação. “A importância da leitura é de extrema necessidade para a comunicação”, argumenta a professora.
Sobre a necessidade do acolhimento do paciente com TEA, a psicóloga conclui que é muito importante para a criança o terapeuta realizar o acolhimento através da escuta e também compreender o comportamento do paciente diante das vivências. A partir disso, é possível compreender a leitura como um espaço de aprendizagem e diversão que auxilia no desenvolvimento de crianças que convivem com o espectro autista.
Gabriela Machado – 5° período