Por um país mais feminino e diverso
De acordo com a 8ª edição do dicionário Aurélio, a palavra “empreender” significa executar uma ação trabalhosa. É comum presenciar empreendimentos em diversas áreas, seja em gastronomia, moda, cosméticos, entre outros. Por muito tempo, o homem dominava o ramo empresarial, porém, hoje, a mulher comanda e luta contra a desigualdade imposta na sociedade, como por exemplo Jéssica da Silva e Marília Mota, que representam a força das mulheres no empreendedorismo.
É o caso de Jéssica da Silva que tem um empreendimento chamado “Gráfica JR Araújo” e recebe um retorno em média de R$1200,00 por mês, através de impressões, xérox e contratos para personalizações em eventos. O que motivou a bacharel em Administração Pública em empreender foi a vontade de trabalhar e a necessidade de ter uma renda. “Empreendedorismo não foi a minha primeira escolha. Sou formada e procurei emprego, mas meu currículo era descartado dos processos seletivos por não possuir experiência. Eu estava cansada de receber tantos ‘não’ e criei meu próprio trabalho”, revela Jéssica.
A empreendedora sempre busca por inovar e oferecer novos serviços no ramo. Jéssica faz quadros personalizados com papel cartão, recargas de celular e pagamentos de boleto também. “O meu empreendimento me mostrou a minha capacidade de me adaptar em meio as diversidades, me fortaleceu a acreditar mais ainda no meu potencial”, conta Jéssica.
Segundo a Rede Mulher Empreendedora (RME), o empreendedorismo feminino cresceu 40% em 2020. O dado é uma prévia de como o país pode avançar para o reconhecimento por direitos iguais para as mulheres no setor. Jéssica da Silva ainda percebe uma desigualdade na questão do apoio financeiro, em comparação com a classe masculina, porém cada vez mais nota-se uma conquista de espaço no mundo corporativo. “Somos tão capazes quanto os homens e o salário não deve ser conforme o gênero”, afirma a empreendedora.
Para a embaixadora da RME e mentora de Mulheres Empreendedoras no Brasil, Marília Mota, a diferença entre as mulheres e homens no ramo é perceptível, devido ao contexto histórico e cultural. A negação de ver as mulheres em posições altas se configuram no preconceito e o machismo. “A solução que vejo é o empoderamento feminino, é a mulher se posicionar e não se deixar abalar, e os homens que concordarem, apoiarem. A solução para essa questão é a educação e a quebra de crenças”, explica Marília.
Marília Mota comenta sobre a importância de contribuir para o empreendedorismo feminino, no áudio abaixo.
Um levantamento com 49 países da Global Enterpreneurship Monitor (GEM) mostra o Brasil como o sétimo país com o maior número de mulheres que começam um negócio. Marília destaca como a busca por autonomia se relaciona com a pesquisa acima. Apesar da desigualdade social no país, há uma resistência e uma motivação ampla de conquistar, por meio do empreendedorismo feminino. “A mulher brasileira gosta da independência, de estar perto dos filhos. A mulher empreendedora está buscando liberdade financeira e de tempo”, conclui a especialista.
Ouça o podcast sobre o Empreendedorismo de Mulheres Negras realizado pela aluna Júlia Peres.
Pedro Amorim – 6º período
Júlia Peres – 8º período
Matéria feita para a disciplina de Edição Multiplataforma em parceria com a Agência UVA Barra.