Depois da premiação, as pesquisas continuam e existem órgãos na corrida para apoiar a iniciativa
Todos os universitários compartilham a mesma experiência na reta final de um curso de graduação: elaborar o trabalho de conclusão do curso (TCC). Com a egressa Nathalia Gil do curso de Engenharia Civil, da Universidade Veiga de Almeida, não foi diferente, mas, além da formação acadêmica, o projeto ganhou notoriedade e conquistou, no dia 11 de novembro, o IX Prêmio Crea-RJ de Trabalhos Científicos e Tecnológicos 2020/2021 na categoria de “Trabalhos da Graduação”.
O projeto intitulado “Viabilidade técnica da utilização de estacas energéticas em solos tropicais do Estado do Rio de Janeiro: Um estudo numérico” tem como base promover um impacto sustentável na sociedade, por meio das estacas térmicas. O objetivo é usar a temperatura do solo para climatizar ambientes, como também, ajudar na economia de energia elétrica. “É como se transferisse calor na estrutura no inverno. Quando está muito frio, a estrutura aquece e consegue climatizar o ambiente. No verão, tira o calor e dissipa no solo”, explica Nathalia.
Nathalia Gil fala sobre a motivação e o significado do trabalho.
Júlio César da Silva, professor de Engenharia Civil da UVA e orientador do TCC, acompanhou de perto o trabalho pioneiro de Nathalia. De acordo com o professor, o trabalho das estacas térmicas foi testado nos solos do Rio de Janeiro e Caxias. Ao final da prática, foram obtidos bons resultados. As expectativas são altas para os próximos rumos do projeto, já que há planos de uma companhia de pesquisa mineral do Brasil apoiar e fazer um protótipo do estudo científico. “É um prêmio de um trabalho bem realizado, o CREA vem para coroar e a gente pretende investir nisso”, afirma o professor.
Professor Júlio César comenta sobre a satisfação do prêmio para a egressa.
Karl Martins é doutorando em Engenharia Civil e foi coorientador do projeto. O ex-aluno da Veiga destaca como é fundamental para todo pesquisador ter uma preocupação em obter iniciativas, que desenvolvam efeitos positivos na sociedade. “Esse projeto atende uma demanda por tecnologias sustentáveis. Esse tipo de tecnologia é capaz de diminuir o impacto ambiental de energia elétrica”, conta Karl.
Assim que Nathalia recebeu a informação da premiação, ela descreve a sensação: “Fiquei congelada por alguns minutos”. Todo o esforço foi recompensado, através do reconhecimento da comunidade universitária e científica.
Em um período de debates sobre as Conferências Mundiais do Meio Ambiente e o futuro do mundo, ter uma mulher engenheira à frente de projetos é ter representação feminina em um mercado majoritariamente masculino. A premiação retrata a relevância do apoio e a valorização da ciência no país. “É uma mulher, engenheira e cientista resistindo e ajudando a escrever um pouquinho do amanhã. O prêmio é a confirmação disso tudo”, conclui Nathalia.
Pedro Amorim – 5º período