A chegada da vacina marca um momento de esperança para a população e de oportunidade para os profissionais de saúde
A primeira vacina que se tem registro no mundo surgiu há mais de 220 anos, na Inglaterra, com o intuito de parar a disseminação da varíola, considerada uma das doenças mais letais do planeta. Desde então, os imunizantes fazem parte da história e são cada vez mais eficazes e importantes para a sobrevivência da população.
A infectologista Ana Luiza Oliveira informa que uma pessoa ao receber a vacina terá o sistema imunológico estimulado a desenvolver a resposta imune contra o agente vacinal. Na prática, a vacina apresenta ao sistema imune os pedaços do microrganismo do vírus, para que o organismo da pessoa se familiarize, produzindo, portanto, anticorpos e outros tipos de defesa contra aquele agente. “Por isso é tão importante se vacinar”, salienta.
Vale ressaltar que no caso das vacinas contra a Covid-19 que estão sendo aplicadas no Brasil, a CoronaVac e a Astrazeneca, só é garantida a eficácia após tomada as duas doses, salvo os períodos de espera de cada uma depois de ter se imunizado pela segunda vez. “Normalmente depois de duas ou três semanas. Então quem tomou uma dose só não está protegido ainda”, destaca a infectologista.
A vacina deve ser comemorada, mas os cuidados continuam
Quase 10% da população brasileira foi vacinada com a primeira dose de um dos imunizantes, mas apenas 2,78% receberam a segunda dose. A infectologista, Ana Luiza Oliveira, explica: “as pessoas já vacinadas têm chances menores de desenvolver uma forma grave da doença, mas elas não têm total certeza de que não irão se infectar”. Por isso, quem já está vacinado com as duas doses das vacinas precisa manter os mesmos cuidados contra o coronavírus.
Isso acontece porque as vacinas da covid-19 não têm 100% de eficácia. “Então uma vez contaminada, a pessoa vacinada ainda transmite a infecção para alguém que pode desenvolver a forma grave”, destaca a infectologista. Consequentemente, Ana Luiza reafirma a importância da utilização das máscaras até que a maioria ou toda a população esteja imunizada.
Virgílio Amaral Dias, de 83 anos, tomou a segunda dose do imunizante CoronaVac no dia 25 de março. Ele comenta que ficou muito feliz e agradecido, mas garante que os cuidados continuam. “Máscara, higienização a todo instante, saindo de casa só por necessidade, evitando aglomeração e esperando que tudo passe o mais rápido possível”, explica.

A oportunidade histórica de participar da campanha de vacinação contra o coronavírus
A pandemia provocada pelo vírus invisível fez crescer a relevância dos profissionais da área da saúde. São eles os responsáveis por salvar as vidas de pessoas nos leitos de UTI e ainda trazer um pouco de esperança com a chegada das vacinas.
Maria Elisa da Fonseca está cursando o último ano de enfermagem, na Universidade Veiga de Almeida, e desde fevereiro tem se dedicado à campanha de vacinação no país, nos pontos localizados no Tijuca Tênis Clube e no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. “Para mim é uma satisfação enorme poder participar desse momento, porque é algo histórico e que marca o começo da minha trajetória profissional”, relata.
Há dias em que Maria Elisa acorda muito cansada e pensa em não ir, mas logo vem à mente a importância da participação de todos os enfermeiros na campanha. “Nós temos um compromisso, não só profissional, mas também com toda a população. Porque um funcionário que deixa de ir compromete todo o trabalho do dia”, explica.
Durante a campanha, a jovem de 23 anos teve a oportunidade de vacinar a própria avó, de 76 anos. Assista ao relato no vídeo abaixo:
Caroline Contente também é estudante de enfermagem, da Universidade Veiga de Almeida, e está trabalhando na campanha de vacinação contra o coronavírus. “Ser voluntária em um momento como esse é participar da história. Estou vacinando a mãe de alguém, pai, marido, avô… É realmente muito gratificante”, desabafa.
No áudio abaixo, Caroline fala sobre os cuidados que os enfermeiros estão tendo na aplicação das vacinas e a experiência dela durante a campanha:
Assim como a Maria Elisa, Caroline também teve a chance de exercer a profissão vacinando a própria avó. “A graduação é também um esforço da família e a minha vó me vendo pela primeira vez atuando é indescritível. Foi realmente muito emocionante, é algo que eu vou mostrar para os meus filhos e netos no futuro”, relata.
A vacinação tem transformado a vida das pessoas. Com a pandemia do coronavírus, a vacina é a esperança de que tudo irá passar e é a oportunidade para as grandes experiências e descobertas da ciência.
Ana Fernandes – 7º período