
“Druk: mais uma rodada” é novo filme do diretor dinamarquês, Thomas Vinterberg, conta a história de Martin (Mads Mikkelsen), um professor do ensino médio, que se sente frustrado e abatido pelo marasmo da rotina. Depois de uma noite de bebedeira com alguns amigos, o grupo decide testar uma teoria de que para ser feliz o ser humano precisa de 0,5% de álcool no sangue. No princípio o teste apresenta resultados positivos, porém, a vontade de querer continuar aumentando a ingestão de bebidas acaba causando problemas e afetando a vida deles.
O longa de Vinterberg é um dos favoritos ao prêmio de melhor filme internacional do Oscar 2021. “Druk: mais uma rodada” tem a proposta de fazer uma análise sarcástica da relação do homem com a bebida e com a maneira que a sociedade enxerga esse hábito. Para fazer isso, o diretor opta por apresentar um olhar mais cômico sobre toda a situação, mas que durante a exibição se transforma em um drama.
Vinterberg repete a parceria com o ator Mads Mikkelsen, já vista em outros filmes, como em “A Caça” (2014). A direção de um aliada a atuação do outro transmite a ideia de como as pessoas veem a bebida como uma forma de escapar da realidade, se libertar, mostrarem quem realmente são sem preconceitos ou amarras sociais.
Isso é mostrado muito bem pela direção de fotografia, que no início do filme deixa o personagem de Mads sempre envolto em sombras e com um ar melancólico. Diferente de quando ele passa a introduzir a bebida no seu cotidiano, nesse momento tudo passa a ser bem iluminado e as cores ganham vida.
Nas mãos de outros diretores essa abordagem que começa cômica poderia passar uma ideia de exaltação ao consumo de bebidas alcoólicas, porém, Vinterberg sabe a hora certa de fazer a virada do humor para o drama. Toda leveza se vai e os efeitos das atitudes dos personagens vêm à tona representados pelas relações familiares. É uma mudança que não parece repentina ou abrupta. O espectador sente que esse momento de virada iria chegar e quando ele vem é devastador.
O roteiro mostra como, em muitos casos, relações desgastadas entre pais e filhos, mulheres e amigos podem ser destruídas quando a bebida é utilizada para tentar amenizar problemas. Nesse sentido, o personagem de Mads Mikkelsen buscou por meio da bebida uma forma de tentar consertar algo dentro dele que somente o diálogo entre as partes poderia resolver. Na busca por resolver problemas, o longa mostra como o vício no alcoolismo surge.
O elenco também é cheio de boas atuações, mas o grande destaque fica com Mads Mikkelsen, que, mais uma vez, entrega uma atuação sólida, com um personagem cheio de nuances e que coloca tudo para fora no ato final. Em uma mistura de libertação e superação, ele se entrega de corpo e alma.
“Druk: mais uma rodada” é um filme envolvente e pertinente. Ele consegue tratar de um tema sério de maneira leve e ao mesmo tempo profunda. O diretor Thomas Vinterberg sabe equilibrar bem diferentes momentos sem perder o tom ou esquecer a mensagem que quer passar.
O filme estreia dia 25 de março, nas cidades em que os cinemas estiverem abertos e nas plataformas digitais.
Assista ao trailer de “Druk: mais uma rodada”
Lucas Souza – 5º período