Pesquisa revela a conjuntura atual das famílias brasileiras
A pandemia do novo coronavírus desencadeou uma crise sanitária e em outras áreas, inclusive na econômica. Segundo estudos da plataforma Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, 42% dos brasileiros estão com menos dinheiro em 2020. Essa diminuição impactou o consumo e, consequentemente, a venda de produtos e serviços.
Impossibilitado de seguir com suas atividades em home office, Bruno Neves foi um dos brasileiros que teve a rotina prejudicada. O fisioterapeuta foi afastado das clínicas em que trabalhava no início da pandemia. “Me vi estagnado, sem poder atender meus pacientes de forma presencial, e isso influenciou diretamente na minha renda”, disse. Diferente de outras profissões, a fisioterapia é sobretudo presencial e Bruno teve que se adequar ao momento.
Assista o vídeo do Bruno contando sobre como a pandemia impactou diretamente na sua renda
Apesar do programa de distribuição de renda do Governo Federal, os indicadores da pesquisa mostram que grande parte dos brasileiros foi prejudicada. A taxa de desemprego era de 11,2% em janeiro de 2020 e em julho do mesmo ano chegou aos 13,8% segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Banco Mundial estima que o Brasil tenha um PIB de menos 8% em 2020.
Para June Rothstein, economista e professora da Universidade Veiga de Almeida, a crise econômica que se desenrolou ao longo do ano impôs a tomada de decisões importantes e segue em constante mudança. “Agora a gente tá vendo um outro desenho bem mais complicado que é a redução dos empregos efetivamente”, afirmou a economista.
Ouça o áudio de June Rothstein sobre o panorama econômico atual
As pessoas tiveram que se reinventar a fim de manter condições de vida possíveis. Para Bruno, a alternativa foi empreender. Ele começou atendendo alguns pacientes em casa, com o auxílio da maca e de alguns equipamentos e investiu na monitoria online. “Tive que me adaptar à nova realidade. Ofereci monitoria online das disciplinas de Anatomia e Biomecânica para alunos dos cursos da área da saúde”. Neste momento, Bruno voltou a atender presencialmente todos os pacientes e atletas e foi admitido em um clube de futebol.
No caso dele, empreender foi a alternativa viável num momento crítico, mas June afirma que as práticas empreendedoras devem ser estimuladas independentemente de crises. “O país precisa de vigor empreendedor”, explica a professora e ressalta que esse vigor está ligado à geração de emprego e renda, tendo grande potencial econômico. Portanto, empreender pode ser uma alternativa em um ambiente de incertezas.
Empreendedorismo: autônomos que superaram as dificuldades da pandemia
A atual conjuntura fez com que empresários individuais e autônomos sofressem os impactos nos negócios. As empreendedoras Juliana Neves e Luiza Torelly repaginaram as empresas para enfrentar a pandemia. Juliana trabalha com acessórios de moda e Luiza é do ramo de vestimentas fitness, ambas se viram obrigadas a mudar a estratégia para geração de renda.
Juliana Neves é Dona da marca Negaju e empreende desde os 18 anos. Ela se adaptou à nova realidade e passou a promover a conscientização sobre os protocolos de segurança contra a contaminação pelo SARS-Cov-2. Além das vendas pelo e-commerce, os produtos da Nega Ju chegam aos clientes com álcool em gel e instruções de precaução. “As minhas vendas dispararam”, contou a empresária.
Assista o vídeo da Juliana contando sobre os próximos passos da marca
A situação de Luiza Torelly, proprietária da Lully Fit, já era delicada antes e foi agravada pela pandemia. Ela teve que encerrar as vendas em loja física, mas tirou do papel uma vontade há muito engavetada. “Durante a quarentena eu consegui focar no site. Tem que fazer acontecer”, disse Luiza. Além de migrar para o e-commerce, ela investiu na venda de máscaras, alcançando um novo público.
Ouça o áudio da Luiza sobre as dificuldade enfrentadas por conta da pandemia
Luiza e Juliana são parte de um cenário já consolidado no país. De acordo com um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Brasil é um dos países com maior proporção de mulheres entre os seus “Empreendedores Iniciais”. Isso é um reflexo da estrutura patriarcal e racista da sociedade, mulheres e pessoas pretas fazem parte do grupo que mais costuma ser afetado pelo desemprego.
Apesar do cenário desfavorável, os brasileiros seguem otimistas para o futuro. Segundo levantamento do Hibou, 63% dos entrevistados estão otimistas e 31% acreditam em horizontes mais agradáveis num futuro próximo, mostrando que as crises não apagaram uma das características nacionais: a esperança.
Gabrielle Lopes - 6º período Rafaela Barbosa - 8º período
Parabens Gabi. O trabalho está muito bem feito. A ideia de incluir o Bruno na materia, foi espetacular. O depoimento dele foi verdadeiro e estimulador para os leitores. Continue nesta linha de trabalho que voce vai longe. Beijos.
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