O estigma, as poucas oportunidades e a ausência de políticas públicas são as principais objeções de PCDs

Tendo como premissa a defesa a igualdade, a Lei de Cotas, de 1991, obriga empresas a contratarem pessoas com deficiência (PCD) diante do número de funcionários na organização. A lei é uma peça fundamental na luta contra o preconceito e promove a inclusão, entretanto, o cumprimento nas contratações de PCDs ainda apresentam inúmeros desafios para trabalhadores e empresas.

As estimativas indicam que no Brasil existem cerca de 45,6 milhões de pessoas portadoras de deficiências, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Muitos enfrentam dificuldades de inserção social e conseguir uma colocação no mercado de trabalho pode ser um dos caminhos para diminuir essa distância.

As principais barreiras encontradas nas relações empregatícias são: a discriminação, a baixa qualificação profissional, a falta de acessibilidade e o despreparo das empresas contratantes. A Lei de Cotas ainda não é suficiente no processo de inclusão. A Integrante da Comissão do Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB do RJ, Cláudia Araujo, destacou que no passado os estereótipos sobre as PCDs eram reforçados a partir do momento em que eram incluídas no mercado de trabalho.

“As empresas inicialmente contratavam para cargos subalternos. Havia preconceito e desconhecimento. Contratavam por conta da obrigatoriedade em função de uma punição”.

De acordo com Cláudia, apesar da discriminação, a questão da empregabilidade para pessoas com deficiência como pontapé inicial na luta pela a inclusão, impulsionou políticas públicas que na época não eram discutidas. Questões como acessibilidade, saúde, educação inclusiva e transporte público adaptado não tinham tanta visibilidade como hoje.

Para maiores efetivos, as empresas devem implementar políticas de inclusão e fornecer melhores condições de trabalhos, além de promover cursos de capacitação técnica e ética, com o objetivo de qualificar a pessoa para o primeiro contato com o mercado de trabalho.

Esse é o caso do Hotel Urbano, que possui um programa de contratação de PCDs e promove a inclusão. A Gestora de Recursos Humanos da Hurb, Beatriz Archeri, conta que empresa é comprometida com a causa e dispõe de um time de 23 funcionários portadores de deficiência. “Temos uma cultura inclusiva, que acolhe e abraça qualquer tipo de diferença. Fomentamos através de talks, ações, eventos e treinamentos a importância da diversidade. É nas diferenças que evoluímos e nos desenvolvemos como pessoas e profissionais”.

Ouça a entrevista de Beatriz Archeri falando sobre as funções que as PCDs desempenham no Hurb:

Em muitas empresas, pessoas com deficiência são contratadas apenas para exercer funções operacionais e não assumem grandes desafios como ocupar um cargo alto. “No Hurb todos estão capacitados a se desenvolverem, e crescerem como profissional, independente da cor da pele, estilo, gênero, orientação sexual e/ou deficiência”, afirma Beatriz.

Joyce Bárbara é PCD e possui um encurtamento da perna direita, oriundo de um tumor. Apesar da adversidade, Joyce lutou e desempenhou várias funções ao longo da carreira. Foi Copeira, Auxiliar de Loja, Auxiliar Administrativo e atualmente é Consultora de Viagens do Hotel Urbano.

“O trabalho tem uma extrema importância na minha vida. Ele me inspira! Com ele eu me sinto útil, ativa e viva. Com ele tenho poder de planejar e sonhar.”

A Consultora também possui um projeto voluntário que visa inserir pessoas com deficiência no mercado profissional. “A gente divulga vagas de emprego, revisa currículo, manda cursos e palestras para incentivar a empregabilidade”. Assim como ela, Cláudia acredita que a inclusão de pessoas com deficiência em uma empresa agrega valores. “É a troca de informações e de conhecimento. É você ver que as pessoas são diferentes não só pela questão física, mas sob todos os aspectos, sem contar com a humanização do ambiente”.

Motivos pelos quais as empresas devem contratar PCDs:

  • Troca de experiência.
  • Aprendizados sobre inclusão e cooperação.
  • Promove a autonomia do ser social.
  • Potencial de produtividade da PCD pode ser igual ou superior à média dos outros empregados – Se oferecidos as devidas adaptações às necessidades de cada.
  • Melhora a imagem da empresa.

Para além do compromisso com a lei, inserir pessoas com deficiência no mercado de trabalho pode ser positivo para toda as esferas da sociedade uma vez que mais pessoas trabalhando, mais a economia se movimenta. Promovendo o acesso à educação inclusiva e promovendo políticas públicas a favor da causa, cerca de 24% (45,6 milhões) da população deixa de estar a margem.

Gabrielle Lopes – 6 Período 

Uma resposta para “Os desafios da inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho”.

  1. Querida Gabi, parabens pelo trababalho. Estou orgulhoso de sua dissertaçao. Voce foi precisa nas dificuldades que os portadores de deficiencia enfrentam, e, apontou a saida.Maravilha.
    Beijos.
    Vovo.

    Curtir

Deixe um comentário

Tendência