Atléticas universitárias do Rio de Janeiro realizam ações solidárias com projetos sociais para amenizar as consequências da COVID-19 nas favelas e periferias
Em meio ao caos da pandemia, cerca de 65 Atléticas de universidades públicas e privadas do Rio de Janeiro se uniram a cinco projetos sociais para reduzir os impactos provocados pelo novo coronavírus (COVID-19) em áreas necessitadas. As campanhas de doação estão sendo feitas nas redes sociais das Atléticas e o dinheiro arrecadado é convertido em cestas básicas e equipamentos de proteção. Os participantes podem se juntar aos voluntários na distribuição dos produtos para as comunidades ligadas às instituições de caridade, como a Rocinha, a Mangueira e outras da Baixada Fluminense.
Ciente do potencial de destruição da COVID-19 nos lugares mais pobres, o Presidente da Atlética UniCarioca e responsável por tal ação, Diego Santana, decidiu entrar em contato com representantes de outras universidades do estado, para que todos se mobilizassem durante o período de isolamento social. “A gente vê diversas pessoas humildes sofrendo. Só a minha Atlética não teria a adesão necessária. Quando mais Atléticas do esporte universitário passassem a se juntar pensando em ajudar o próximo, teria mais visibilidade”, diz o fundador do movimento.
Além disso, ele comenta que a mobilização das Atléticas universitárias do Rio com programas sociais visa à solidariedade em um momento de reflexão e conscientização. O mesmo pensa Luiz Henrique Oliveira, Vice-Presidente da Atlética UniCarioca, sobre a importância de participações sociais como essa. “As Atléticas do Rio têm um público enorme e com capacidade de amenizar os impactos nas famílias afetadas. Fazer parte de campanhas sociais no cenário atual representa cidadania”, destaca.
Sobre a dinâmica das doações, Luiz explica que funciona, basicamente, com publicação simultânea nas redes sociais. Por meio dela, divulga-se o link do site ou código de acesso (QR Code) para, assim, as pessoas realizarem seus respectivos depósitos. “Debatemos o conteúdo em conjunto, eu crio as artes e, pelo grupo de WhatsApp com todos os envolvidos, nos organizamos para disparar as publicações”, conta. Segundo os organizadores da campanha, a meta de 11 mil contribuições já foi superada, o que evidencia seu sucesso.
Outro marco de destaque da ação é conseguir deixar de lado a competitividade entre as Atléticas em prol da emergência social causada pela doença. A Atlética de Comunicação Social e Artes da Veiga da Barra — comandada por Henryque Borges — entrou nesse consenso e resolveu participar. Ele diz que a união, em um momento tão delicado de surto do vírus, é o diferencial no combate. Henryque ainda afirma que a rivalidade só fica dentro de campo e que considera vital a aproximação das organizações com atividades sociais para frear o contágio.
Um desses projetos sociais é o “Bom de Bola 3F’s”, coordenado pela família de Diego na região da Baixada Fluminense. Entre as experiências vivenciadas por ele nas periferias e comunidades, ter visto o sofrimento de moradores, que têm suas vidas ameaçadas pela pandemia, foi o que mais o impactou até agora. “É visivelmente muito pior depois do Coronavírus. Pessoas que não tinham carteira assinada e trabalhavam na informalidade, hoje, estão desempregadas. A gente entrega cestas básicas, mas a família não tem condição de comprar um botijão de gás. Nós não vamos conseguir mudar tudo, mas já facilita um pouco”, desabafa.
Lucas Vasconcelos – 3º Período | Jornalismo
PARABÉNS, Lucas! Bj
CurtirCurtir