O home office para quem já fazia home office

“Veteranos” da modalidade detalham o novo dia a dia proporcionado pelo isolamento social

Alguns brasileiros estão experimentando a rotina do home office pela primeira vez nas últimas semanas. Mas, antes de ser uma medida de prevenção e combate ao coronavírus, 3,8 milhões de pessoas já trabalhavam em casa, segundo os dados levantados, em 2018, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para os novatos, a adaptação ao modelo de trabalho pode ser uma cilada, devido à liberdade e flexibilidade do horário. No entanto, para os “veteranos” do home office, trabalhar em casa é uma dádiva se o planejamento e a gestão do tempo forem bem feitos.

Rodrigo Assis, 31, vive o home office desde 2014 e não aceita nenhum trabalho que não seja remoto. Afetado pelo isolamento social, o líder de desenvolvimento web diz que a maior mudança na rotina se deve ao fato da namorada também estar fazendo home office. “Algumas coisas que eu fazia sozinho agora tem a presença dela. Então, a gente cozinha, arruma a casa e faz as refeições juntos. Fora isso, as mudanças são as mesmas de todo mundo”

Para quem tem duas profissões a adaptação também foi necessária. O professor Menderson Siqueira trabalhando em casa há mais de 30 anos como arquiteto e profissional liberal, o home office nas aulas remotas afetou a privacidade e trouxe um pouco mais de dificuldade na adaptação.

Ouça o depoimento abaixo:

Apesar da dificuldade inicial, Menderson conseguiu adaptar as aulas práticas com sucesso – Foto: Arquivo Pessoal

Outra mudança citada por Menderson foi o tempo que agora sobra para ele. Antes, por morar em Niterói e trabalhar, presencialmente, na Tijuca e na Barra da Tijuca, Menderson perdia tempo com congestionamentos nas vias do Rio de Janeiro e tentava sair mais cedo de casa para não se atrasar. Hoje, ele relata que sobra esse tempo para outros afazeres como interagir com os alunos, tarefas pessoais e profissionais também.

O mesmo acontece com Nathan Sacramento. O desenvolvedor web que também já trabalhava home office antes da quarentena, relata que, com a paralisação de alguns serviços, substituiu suas prioridades e refez a sua agenda semanal. “Eu tinha o mindset de que de segunda a sexta, eu era somente trabalho e faculdade. Com a quarentena, eu me dei a liberdade de alongar um pouco mais as coisas”.

A iniciativa de Nathan pode ser uma armadilha para quem não está acostumado a trabalhar em casa. Por isso, o gestor de mudanças e professor da UVA, Alessandro Orofino diz que o ideal para fazer o home office com qualidade, é definir o que é urgente. “Antes de começar a trabalhar, programe sua jornada diária. Tenha horários específicos de trabalho e alguns momentos de pausa ao longo do dia”.

Durante o trabalho, Orofino diz que é importante evitar distrações. Não aconselha a trabalhar com a televisão ligada e ficar o tempo todo com música no ouvido. “Sei que tem gente que consegue, mas é importante manter o foco. Se quiser ouvir música, que seja baixa e eventualmente no fone de ouvido”.

Além disso, para garantir que a vida pessoal e a profissional estejam em completa harmonia é importante não abrir mão do lazer e não focar somente no trabalho. “Procurar fazer algo que seja divertido, mesmo com a quarentena. Cuide da alimentação, aprenda coisas novas e se conecte com sua família. Nesse momento, é importante cuidar da nossa saúde mental também”, finaliza Orofino.

Pedro José Alves – 7º Período | Jornalismo

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