Agência UVA Barra assistiu: “Star Wars: A Ascensão Skywalker”

Foto: Divulgação

Em “Star Wars: A Ascensão Skywalker” após uma mensagem misteriosa, ouvida por toda a galáxia, relevar que o Imperador Palpatine, que todos pensavam que estava morto, afirmar que ele voltou pronto para acabar com a resistência. Rey (Daisy Ridley), Finn (John Boyega) e Poe (Oscar Isaac) partem em busca de um artefato que possa localizar o poderoso Lord Sith, enquanto Kylo Ren (Adam Driver) tenta de todas as maneiras trazer a aprendiz de Luke Skywalker para o lado sombrio da força.

J.J. Abrams utiliza os primeiros minutos do filme para colocar a saga novamente no rumo que ele tinha deixado no final de “Despertar da Força”, o que pode ser bom para uns ou ruim para outros. O fato é que ele ignora vários acontecimentos e decisões tomadas no filme anterior (Os últimos Jedi), não é atoa que uma das primeiras falas do longa é “nada é impossível”. Ele claramente está mandando uma mensagem para a parcela dos fãs que não gostaram do que foi feito. Porém essa decisão acaba inflando o longa e o torna muito expositivo.

Se “Os Últimos Jedi” foi criticado por não honrar o legado da saga, aqui o que não falta são referências e momentos nostálgicos para agradar os fãs. Aparições especiais, como a de Lando Calrissian (Billy Dee Williams), pequenas citações e frases clássicas da franquia são destaques do longa, uma coisa que não pode ser dita é que J.J. não entendeu o que é Star Wars. O problema é que o filme se apoia muito nesses momentos para cativar o público, a própria volta do Palpatine não tem qualquer explicação, ele simplesmente voltou. A sensação é que o filme não está interessado em entregar algo mais elaborado, o diretor aposta nas saídas simples e previsível.

Um dos pontos positivos é a interação entre o trio principal, que agora passa mais tempo junto. O senso de aventura também é maior, as perseguições são bacanas, porém pouco inspiradas. O tom do filme é bem equilibrado, com momentos de tensão bem balanceados e de humor. O público menos exigente ou que não liga muito para a franquia vai sair satisfeito, ele é um bom entretenimento mas nada além disso.

Os elementos técnicos são outro acerto. A fotografia está muito bonita, com um destaque para as paisagens bem diferentes, temos cenas no deserto, no espaço e no mar. O contraste presente que mostra os rebeldes sempre iluminados enquanto o lado negro é sempre colocado com tons mais escuros ressalta o maniqueísmo da trama. Os efeitos especiais são, como de costume, um dos destaques, a utilização de animatrônicos mesclados com maquiagem e efeitos gerados em computador dão uma sensação de realismo para as criaturas. A trilha sonora de John Williams traz de volta os temas clássicos da franquia ao mesmo tempo que utiliza novas músicas.

Pensando em toda essa nova trilogia, quem teve o arco mais bem trabalhado foi Kylo Ren, todos o conflito presente nele é bem explorado e tem um final condizente com o que foi apresentado. Por outro lado, Poe teve sua personalidade muito aproximada com a do Han Solo nesse filme, ele se torna um cara de moral questionável, com um passado que ninguém sabe muito. Finn novamente tem a sua origem como stormtrooper explorada mas de forma muito superficial. Temos ainda apresentação de novos personagens, tramas e acontecimentos que são deixadas de lado.

Rey chega ao momento de maior conflito, porém a forma como as reviravoltas da personagem acontecem não tem tanto peso assim, ficam meio jogadas. A participação de Carrie Fisher que faz a General Leia, são bem prejudicadas pelo fato da atriz ter falecido durante as gravações, são utilizados modelos de corpo para tentar suprir a presença dela, porém esses recursos saltam aos olhos do espectador.

Ascensão Skywalker tem a difícil missão encerrar uma das maiores franquias da história do cinema. O maior problema é que o longa não teve uma criação de narrativa que o levasse a esse final. Em um ano onde Vingadores: Ultimato mostrou como é importante ter a construção de uma história diluída em vários filmes, Star Wars tenta ser épico mas acaba se perdendo dentro de um roteiro apressado e cheio de elementos novos.

No final das contas, a sensação geral é que a Disney não soube o que realmente queria fazer com Star Wars. Faltou a presença de alguém que mantivesse uma coesão entre esses filmes, J.J. Abrams fez o que ele foi contratado para fazer, entregar um filme que apele para a nostalgia e de um fim para saga. Uma pena que o saldo final não seja o melhor possível.

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Lucas Souza – 2º Período | Jornalismo

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