O livro “Armas para quê?” aprofunda o debate sobre criminalidade no Brasil e no Mundo

O autor Antônio Rangel Bandeira destaca o que há de mito e verdade no combate à violência com ferramentas de enfrentamento

O armamento é um tema que gera polêmica. Aproveitando o cenário vigente nacional e internacional, o sociólogo Antônio Rangel Bandeira lançou, na última sexta-feira (04/10), o livro “Armas para quê?”, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon. O evento contou com um bate-papo entre o autor e os especialistas no assunto que participaram da montagem da obra.

Para concretizar a temática em literatura, houve apoio de pesquisadores especializados em políticas de segurança pública e privada. Dados, argumentos e experiências foram apresentados com o intuito de reforçar as deficiências das armas de fogo e as gestões falhas dos governos no quesito segurança social.

Bate-papo como autor Antônio Rangel Bandeira e os especialistas Michele dos Ramos, Rubem César Fernandes, Raul Jungmann – Foto: Lucas Ribeiro

O escritor, Antônio Rangel Bandeira, revela que o livro compara o Brasil, campeão em números absolutos em mortes, com o Mundo ao resgatar sua história de política de segurança e se debruçar sobre a atualidade. Além disso, trata o tema como complexo, já que mexe com paixões e junta o medo a um sentimento de raiva por causa da criminalidade.

O Estatuto do Desarmamento, sancionado em 2003 pelo então Presidente Lula e assunto permanente do livro, foi dado como um grande passo para o controle de armas de fogo e munições no território brasileiro. Porém, ao passar dos anos, certas medidas foram reprovadas pelo ex-ministro Raul Jungmann, principalmente na questão do Referendo – proibiu o artigo 35 do Estatuto, que era contra a comercialização de armas de fogo e munições. “Uma das coisas que erramos, foi não focar na arma no Referendo, já que tínhamos provas que a maioria dos brasileiros era contra. O Referendo era sobre comercialização ou não”, relata.

Sessão de autógrafos com Antônio Rangel Bandeira – Foto: Lucas Ribeiro

A representatividade feminina na política de segurança e a violência contra a mulher são conteúdos citados pelos especialistas. Do ponto de vista da assessora especial do Instituto Igarapé, Michele dos Ramos, a presença da arma de fogo significa medo e insegurança para a mulher. “Existem poucas mulheres em posições de tomada na segurança pública. E quem fala que as armas garantem proteção às mulheres esquece toda a dinâmica de feminicídio”, conta.

O lançamento do livro foi marcado pela presença de amigos, familiares e interessados que acompanharam de perto os argumentos dos participantes do bate-papo. A ex-diretora da FUNDABEM (Fundação Patobranquense do Bem Estar Menor), Ana Guedes, disse estar insatisfeita com a segurança pública. “Não existe nenhuma estratégia de segurança, o que existe é uma insegurança. Sou contra a questão de liberar as armas. É como o livro aponta, quanto mais armas na mão da população mais violência”.

Lucas Ribeiro – 2° Período | Jornalismo

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