Com foco no turismo, festividades preservam tradições e ajudam no desenvolvimento da cidade

Pode-se dizer que Petropólis promove quase que a cada trimestre do ano uma grande festa das nações. Os eventos, em sua maioria, já fazem parte do calendário da cidade e cooperam para alavancar a economia local através do turismo e difundir, ainda mais, a cultura das colonizações existentes com destaque para a comunidade japonesa com a festa Bunka-Sai, a italiana com o Serra Serata, e a mais tradicional que atrai grande público, a festa alemã Bauernfest e, da mesma origem, a novata Oktoberfest Imperial, este último realizado neste final de semana (13 a 15/09).

A Oktoberfest Imperial aconteceu no Parque de Exposições de Itaipava. Antonio Nassif, um dos responsáveis pela produção, destaca que o evento tem se fortalecido a cada edição e nesta teve como diferencial a parceria com a Associação de Microcervejeiros. “Estamos com 17 marcas de cervejas artesanais e uma especial só para comercializar no evento. Ano que vem, de repente, a gente faz até outra cerveja especial”.

Petrópolis tem uma ligação muito forte com a Alemanha. Na época em que chegaram no local, o povoado era apenas uma fazenda, em 1846. Grande parte dos alemães vieram para ajudar a erguer o Palácio Imperial – atualmente, o Museu Imperial. Este espaço era usado como casa de veraneio de Dom Pedro II.

Estudos apontam que na “genealogia das famílias germânicas de Petrópolis, 456 famílias passaram a povoar a região, trazendo 361 sobrenomes alemães para a cidade. Noel, Sixel, Kreischer, Müller e Justen são apenas alguns deles”, segundo citado em recente matéria do G1. “A gente tenta manter a tradição alemã porque a colônia é muito grande na cidade. Temos expositores comercializando comidas típicas, bandas com músicas também da cultura da Alemanha. O comércio acaba se beneficiando. Os hotéis ficam lotados nesta época”, diz Nassif.

O representante comercial Ricardo Norberto, é do Rio, e já tinha conhecimento do evento. Acompanhado pela família, ele queria ter vindo com os amigos também para experimentarem as cervejas artesanais e assistirem as atrações. Mas, devido à popularidade crescente da Oktoberfest, não foi possível desta vez. “Sempre que possível eu participo. Estou aqui porque as atrações me agradam, o local do evento é maravilhoso e isso é cultura. Tenho amigos que queriam vir pra cá e não teve como porque não há mais vagas em hotéis nem em pousadas para ficarem”, afirma Ricardo.

Os organizadores do festival de cerveja – originado em Munique pelo rei bávaro Luis I para celebrar o seu casamento em 1814 – acreditam que mais de 5 mil pessoas por dia apreciaram as atrações que vão desde a degustação de cervejas artesanais, gastronomia típica e entretenimento variado que tem como contexto principal a essência das tradições alemãs.

Sorridente e receptiva. trajando um Dirndl (roupa clássica feminina que consiste em uma blusinha branca, um vestido estilo camponesa com um corpete bem cintado e um avental), a estudante Tânia Mello reforça a relevância da festividade. “A festa está inserida à tradição das colônias vivas em Petrópolis, à história dos imigrantes que vieram para ajudar na criação da cidade”, afirma Tânia.

A programação do Oktoberfest Imperial continua de 20 a 22 de setembro com entrada gratuita. São três espaços disponíveis: Vila Germânica, Pavilhão Munique e o Espaço Kids. Na sexta-feira, dia 20, as atrações começam 18 horas e no sábado, dia 21, e no domingo, dia 22, às 10 horas.

Paula Guaraldo – 7º Período | Jornalismo