
A dificuldade de se escrever um livro, é enorme. Manter a constância, rotina e paciência são árduos, principalmente quando existem prazos envolvidos. E o novo filme do roteirista Alberto Graça lançado no sábado (1) retrata justamente os altos e baixos de um escritor frustrado por não conseguir desenvolver sua história.
Morando em Lisboa, Marcelo (Sérgio Guizé) e Beatriz (Marjorie Estiano) formam um casal apaixonado que adora se provocar e usar da imaginação para criar novos desejos no parceiro, seja por mensagens cifradas ou fetiches sexuais realizados em locais públicos. O fogo da paixão inspirou Marcelo que começou a escrever livros eróticos baseados nas experiências pessoais. Beatriz busca em quebra de rotina e situações comprometedoras se manter a musa inspiradora do livro do amado com o único objetivo de alimentar a criatividade do autor.

Um longa-metragem escrito por quatro roteiristas homens, que de início transparece ser um filme com olhar machista, mas conforme a ideia vai se desenvolvendo percebe-se que a personagem não é uma vítima do marido. ”Eu sempre parti do princípio de que a Beatriz é vítima de si mesma, ela tomou decisões difíceis por vontade própria, por querer manter essa relação”, diz Marjorie Estiano.
O longa busca, não só como obra de entretenimento, levar a reflexão de “Como amar alguém sem me odiar?“. Marjorie vai dar vida a esta mulher submissa que mantem um relacionamento que não era recíproco. Reciprocidade é a palavra que a narrativa tentou utilizar para unir esse casal, mas a única pessoa a qual larga tudo pelo o outro, é Beatriz.

Intenso e difícil mas necessário para gerar debates sobre até onde ir por uma pessoa é considerado “amor”. Se odiar por conta de alguém não é uma opção e se machucar por isso é inaceitável. Beatriz deixa esses questionamentos para o público que sai intrigado do cinema. O filme estreia dia 06 de junho.
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Natália Lisboa – 2º Período | Jornalismo